Pressão contra greenwashing começa a separar o joio do trigo

ESG greenwashing
REUTERS/James Lawler Duggan

Uma análise da PwC mostrou que gestores de ativo estão parando de tentar classificar fundos como sustentáveis ou, no jargão, compatíveis com padrões ESG. Dos milhares de fundos compatíveis, somente 10% eram novos, uma queda brutal em relação à tendência de todo mundo de “se pintar de verde”.

Muitos dos fundos que tinham se candidatado à classificação sustentável ou não apresentaram a documentação ou tiveram a papelada considerada insuficiente. Esse pessoal, segundo matéria da Bloomberg, gerencia trilhões de dólares, só na Europa.

Outro sinal no mesmo sentido, foi dado, na semana passada, quando Alice Carr, uma diretora-executiva da GFANZ, declarou que, “embora as instituições financeiras estejam se orientando para o desafio de apoiar a transição para emissões líquidas zero, não substituem ações governamentais”. Ou seja, não peguem no meu pé enquanto os governos não fizerem sua parte. A moça não considerou toda a promoção que o grupo fez e faz, se posicionando como elemento fundamental para guiar o mundo para o baixo carbono. A GFANZ (sigla em inglês da Aliança Financeira de Glasgow para a Emissões Líquidas Zero), lançada na COP do ano passado, é liderada por Mark Carney, ex-Banco da Inglaterra. A notícia saiu na Reuters.

Após promessas e juras verdes feitas em Glasgow, a realidade do mundo financeiro começou a pesar. Há duas semanas, Carney veio a público tentar desmentir que estava havendo um racha no grupo. Bancos norte-americanos haviam ameaçado sair da GFANZ por conta de um compromisso de não mais investir em novos projetos no setor de carvão mineral. Na época, a notícia saiu, primeiro, no Financial Times e depois, nos Guardian, Wall Street Journal, Bloomberg, Reuters, dentre outros.

Carney tem o desafio, nas próximas duas semanas de COP, de enfrentar organizações que vêm criticando a Aliança e seus pares e querem sair da GFANZ. A Bloomberg fala mais sobre esse desafio.

 

ClimaInfo, 7 de novembro de 2022.

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