
Nos últimos anos, uma enxurrada de empresas se comprometeram com metas climáticas, em geral juntando zerar as emissões líquidas – o net-zero – com outras metas do campo de ESG. Muitos desses compromissos, no entanto, não passariam pelo crivo de um exame mais sério.
Para Chris Stark, executivo-chefe do Comitê de Mudança do Clima britânico, “zerar as emissões líquidas é um objetivo realmente importante – é um objetivo científico”, disse. “Se desvalorizarmos esse conceito, então desvalorizamos o projeto inteiro. É muito importante que nos atenhamos a esse objetivo de net-zero, porque senão teremos muitos problemas”. A notícia saiu no Times neste final de semana.
A Bloomberg publicou dois artigos sobre a pressão que corporações estão sentindo por se declararem mais verdes do que realmente são. A primeira é sobre o Deutsche Bank, alvo de uma investigação. Uma das suas unidades de gestão de fundos, a DWS, investiu cerca de 8 bilhões de euros em atividades de extração de petróleo, carvão e gás natural, algo que, na opinião dos autores, ajudaria o mundo a ficar mais de 2,6ºC mais quente.
A outra matéria fala sobre a situação da BlackRock, a maior gestora de fundos do mundo. A empresa vem se posicionando como campeã climática e ambiental, o que atraiu a fúria das petroleiras norte-americanas e da ala direita do Partido Republicano.
O governo da Louisiana anunciou que retiraria a empresa da carteira de investimentos do estado. Os governadores do Texas e Flórida ameaçaram fazer o mesmo.
O curioso, segundo a matéria, é que os políticos alegam que a rentabilidade de carteiras ESG é menor do que as tradicionais, o que é mentira. Em função disso, analistas do banco suíço UBS rebaixaram a nota da empresa, dizendo que ela pode sofrer perdas por conta das posições assumidas.
No final do mês passado, a BlackRock havia anunciado ter levantado 60% dos US$ 7,5 bilhões que pretende investir em ativos de infraestrutura de projetos dirigidos a enfrentar a emergência climática. A notícia é da Reuters.
ClimaInfo, 8 de novembro de 2022.
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