Estudo: corrida por gás natural ameaça meta de 1,5ºC para aquecimento

COP27 gás natural
AP Photo/Jean-Francois Badias

A crise energética precipitada pela invasão russa à Ucrânia jogou a Europa e diversos países ao redor do mundo numa corrida frenética por novas fontes de gás natural. Para o clima, no entanto, isso não poderia ser pior: sob a justificativa da “segurança energética”, os governos estão se amarrando a novos investimentos em infraestrutura para o gás, criando ativos que vão encalhar rapidamente no futuro, já que o custo das fontes renováveis segue caindo ano após ano.

O Climate Action Tracker estimou o impacto desses investimentos novos em gás para as metas climáticas globais. De acordo com a análise, a expansão maciça da infraestrutura de GNL comprometerá seriamente o cumprimento do limite de 1,5ºC para o aquecimento neste século. A capacidade de GNL agora em construção, juntamente com planos de expansão, poderia aumentar as emissões em mais de 1,9 GtCO2 por ano em 2030 acima dos níveis de emissão consistentes com o cenário net-zero da Agência Internacional de Energia (IEA) até 2030.

“Entre 2020 e 2050, as emissões acumuladas de GNL poderão ser mais de 40 GtCO2 mais altas, o equivalente a cerca de 10% do orçamento de carbono restante. Em 2030, o excesso de oferta pode chegar a 500 toneladas métricas de GNL, quase cinco vezes as importações de gás fóssil da Rússia pela UE em 2021, e o dobro das exportações totais russas”, destacou o estudo. “Esta reação à crise energética é um excesso que deve ser reduzido”. 

Associated Press, Bloomberg, Reuters e Valor destacaram essa análise.

 

ClimaInfo, 11 de novembro de 2022.

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