Big Oil na COP27 contesta ciência e defende combustíveis fósseis por “segurança energética”

COP27 big oil
Thierry Monasse/Getty

A presença massiva da indústria de combustíveis fósseis na COP27 está permitindo alguns momentos constrangedores em Sharm el-Sheikh. Um deles aconteceu na última 5ª feira (10/11) e foi testemunhado por Patrick Greenfield, do Guardian: a CEO da Occidental Petroleum, Vicki Hollub, zombou em um evento daqueles que defendem o fim da queima de combustíveis fósseis o quanto antes possível – ou seja, praticamente todo o corpo científico climático do planeta.

Para ela, os defensores da transição energética rápida “não têm ideia do que isso significaria” e que a responsabilidade pela crise climática não é apenas das empresas de combustíveis fósseis, mas principalmente de quem consome seus produtos. “Todo mundo que usa um produto que foi gerado a partir de petróleo e gás tem parte nisso e também é responsável”, disse.

Outro que parece ter vindo à COP27 sem entender bem o motivo foi o ministro de energia da Arábia Saudita, príncipe Abdulaziz bin Salman Al-Saud. Representante do maior exportador de petróleo do planeta, o príncipe criticou aqueles que colocam em dúvida a seriedade dos compromissos climáticos do país.

“Eles [ativistas climáticos] estão mais do que errados. Eles podem vir aqui, nos visitar. Estamos muito orgulhosos do que temos conseguido. Estamos dando o exemplo para os produtores de hidrocarbonetos e energia”, disse o ministro. Bloomberg e Reuters destacaram essa fala.

Em tempo: A delegação da Rússia na COP27 conta com vários nomes que estão na lista de acusados pelas autoridades ocidentais por envolvimento no esforço de guerra contra a Ucrânia. Segundo o Guardian, a lista inclui oligarcas e executivos de várias empresas do setor energético e financeiro sob sanções internacionais, como os bilionários Oleg Deripaska e Andrey Melnichenko. Representantes da empresa Gazprom, ator crucial na disputa energética entre Rússia e União Europeia, também estão cadastrados na delegação russa.

 

ClimaInfo, 14 de novembro de 2022.

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