Crise energética: países buscam aumentar vida útil de usinas nucleares

usinas nucleares
Michael Mariant/AP

A crise energética que afeta o mercado internacional desde o começo do ano está fazendo com que alguns países repensem os prazos para aposentadoria de usinas nucleares atualmente em operação, com o objetivo de garantir o fornecimento de energia por mais tempo.

Na semana passada, o governo dos Estados Unidos decidiu destinar US$ 1,1 bilhão para o prolongamento da operação da usina nuclear de Diablo Canyon, na Califórnia. A planta estava programada para ser desligada até 2025, mas desde o ano passado as autoridades do estado vinham pressionando Washington a buscar maneiras para prolongar sua vida útil.

“Este é um passo crítico para garantir que nossa rede nuclear doméstica continue fornecendo energia confiável e acessível aos norte-americanos como a maior fonte de energia limpa do país”, destacou a secretária de energia dos EUA, Jennifer Granholm. “A energia nuclear nos ajudará a cumprir as metas climáticas do governo Biden e, com esses investimentos históricos em energia limpa, podemos proteger essas instalações e as comunidades que elas atendem”. CNN, Guardian e Reuters, entre outros, repercutiram a notícia. 

Do outro lado do planeta, o Japão também estuda maneiras para manter alguns de seus reatores nucleares operando por mais tempo. De acordo com a Bloomberg, o governo japonês está analisando um plano para excluir os períodos offline (quando os reatores não geram energia) do cálculo do tempo de vida útil, hoje definido em 60 anos. Atualmente, muitas usinas ficam inoperantes por um longo período de tempo para realização de inspeções. Com essa mudança, o limite de operação poderá ser estendido por alguns anos.

Em tempo: Ainda sobre o assunto “usinas nucleares”, vale a pena ler a reportagem da Bloomberg sobre o descomissionamento de uma planta em Vermont, nos Estados Unidos. Depois de 40 anos, a usina Vermont Yankee deixou de operar em 2014 e, ao custo de US$ 600 milhões, está sendo desmontada. O entulho radioativo, um dos principais problemas decorrentes da desativação de uma usina nuclear, está sendo enterrado em uma das poucas instalações disponíveis nos EUA para isso, no Texas.

 

ClimaInfo, 29 de novembro de 2022.

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