Os caminhos e os obstáculos para destravar o hidrogênio verde no Brasil

hidrogênio verde Nordeste
Portos e Negócios

Uma das principais apostas da indústria para avançar na adoção de fontes renováveis de energia é o hidrogênio verde. Setores com uso intensivo de energia, como a siderurgia e a aviação civil, apostam seu futuro no mundo pós-carbono no sucesso da tecnologia. Poucos países reúnem condições tão favoráveis para a produção do hidrogênio de base renovável como o Brasil.

O Valor fez um panorama dos caminhos para o Brasil destravar a produção de hidrogênio verde. O potencial é significativo: considerando-se a oferta de energia renovável, especialmente no Nordeste brasileiro; a existência de uma rede integrada de distribuição; e a proximidade dos portos dos grandes consumidores, o país pode ter destaque nessa corrida, com oportunidades que somam US$ 125 bilhões até 2040, segundo a consultoria McKinsey & Co. 

A consolidação do Nordeste como hub de geração eólica de energia também favorece a região como polo para a produção de hidrogênio verde. Os polos de Pecém (CE), Suape (PE) e Camaçari (BA) já estão se movimentando para atrair investimentos relacionados ao combustível. Só em Pecém, são 24 empresas com memorandos de entendimento interessadas em se instalar em seu hub de hidrogênio verde; a expectativa é de que a produção comercial se inicie em 2025 ou 2026.

Um dos setores que correm atrás do hidrogênio verde é a siderurgia. O cenário é desafiador: estimativas indicam que o preço da neutralidade líquida das emissões de gases de efeito estufa para essa indústria pode ser de até US$ 1,3 trilhão até meados deste século. O custo elevado faz com que as empresas do setor se movam com mais cautela, apostando em alternativas para reduzir sua pegada de carbono no curto prazo, como o emprego do gás natural.

Outro setor é o de transportes. A brasileira EMBRAER, por exemplo, está desenvolvendo tecnologia para utilização de hidrogênio verde em aeronaves. Já o Chile anunciou um projeto-piloto para utilizar o combustível em seu transporte público. Na Alemanha, as primeiras linhas de trem de passageiros 100% movidas a hidrogênio verde começaram a funcionar em agosto.

Em tempo: A ANEEL lançou nesta semana o Subsidiômetro, uma ferramenta digital na qual o consumidor pode verificar o reflexo dos diversos subsídios governamentais concedidos ao setor elétrico na tarifa de energia. Na média, esses benefícios representaram 12,59% do valor da conta de luz paga pelos consumidores brasileiros – uma soma que chega perto dos R$ 26 bilhões desde o começo do ano, segundo a Agência. Detalhes na Folha e no Poder360.

 

ClimaInfo, 1º de dezembro de 2022.

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