O aproveitamento de soluções baseadas na natureza (SbN) para combater o aquecimento global e a insegurança alimentar e hídrica poderá resultar na geração de 20 milhões de novos postos de trabalho em todo o mundo.
A estimativa é da Organização Internacional do Trabalho (OIT), e foi feita em relatório divulgado na semana passada durante a COP15 de Biodiversidade.
De acordo com a análise, a maior parte desses empregos seria gerada nas zonas rurais, beneficiando diretamente os pequenos produtores familiares e comunidades tradicionais, facilitando não apenas a produção de alimentos e a proteção ambiental, mas também a inclusão social.
Segundo o Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA), SbN são “ações para proteger, conservar, restaurar, usar de forma sustentável e gerir ecossistemas terrestres, de água doce, costeiros e marinhos naturais ou modificados que abordam os desafios sociais, econômicos e ambientais de forma eficaz e adaptativa, ao mesmo em que proporcionam bem-estar humano, serviços ecossistêmicos, resiliência e benefícios da biodiversidade”.
Atualmente, quase 75 milhões de pessoas já estão empregadas em vagas relacionadas a SbN, a grande maioria (96%) na Ásia-Pacífico e em países de renda média e baixa. Segundo o relatório, outros 20 milhões de empregos poderiam ser gerados em todo o mundo se o investimento em SbN for triplicado até 2030.
No entanto, a análise ressalta que, além dos investimentos, os governos terão que acompanhar as condições de trabalho oferecidas nestas vagas, especialmente em países onde os direitos trabalhistas são mais frágeis, sob o risco de gerar ainda mais injustiça social.
“É fundamental que, ao aumentarmos o uso de SbN, nos certifiquemos de não aumentar também os déficits de trabalho decente, como trabalho informal, baixa remuneração e condições de baixa produtividade que muitos trabalhadores em SbN enfrentam atualmente”, ressaltou Vic van Vuuren, da OIT. O PNUMA deu mais detalhes sobre o relatório.
ClimaInfo, 12 de dezembro de 2022.
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