Pequenas nações insulares estarão ameaçadas mesmo se metas de Paris funcionarem, mostra estudo

14 de dezembro de 2022
pequenos países insulares
Tuvalu - UNICEF / Sokhin

Os esforços globais para conter o aquecimento global em no máximo 2ºC até o final deste século, tal como definido pelo Acordo de Paris, ainda serão insuficientes para garantir a sobrevivência de diversas comunidades nos pequenos países insulares. O alerta é de um grupo de pesquisadores da Universidade de Massachusetts Amherst (EUA), em estudo publicado na revista Earth’s Future.

De acordo com a análise, mesmo que o aumento da temperatura média fique dentro dos limites de Paris, os efeitos de médio e longo prazo do aquecimento já atingido deverão facilitar o derretimento de camadas de gelo na Antártica. O estudo lembra que o continente congelado contém o maior estoque de água doce do mundo, o suficiente para elevar o nível dos oceanos em 58 metros. Ao mesmo tempo, os pesquisadores assinalaram que a própria física da camada de gelo contribui para sua liquefação, que continuará por milênios, mesmo que as emissões globais de gases de efeito estufa sejam controladas.

O impacto do degelo será desigual em termos geográficos. Algumas áreas no Mar do Caribe, bem como nos Oceanos Índico e Pacífico, experimentarão uma parcela desproporcional do aumento do nível do mar devido ao degelo antártico – até 33% superior à média global.

“A temperatura não é a única maneira de rastrear a mudança climática global, mas se tornou a métrica icônica no Acordo de Paris”, assinalou Shaina Sadai, autora principal do estudo. “Sabendo que o derretimento da Antártica pode atrasar o aumento da temperatura enquanto aumenta o nível do mar, eu me perguntei o que isso significava para a Justiça Climática. Mas a ciência do clima sozinha não pode responder à questão da Justiça”. 

Nesse sentido, o estudo defende que uma abordagem interdisciplinar de pesquisa, centrada na experiência dos pequenos países insulares, pode ser usada para entender melhor os impactos da Justiça Climática nas negociações internacionais e as relações entre ciência, política e poder político. 

O site The Swaddle repercutiu a análise.

 

ClimaInfo, 15 de dezembro de 2022.

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