Um levantamento apresentado na semana passada por uma equipe de pesquisadores concluiu que o mundo possui reservas minerais suficientes de terras-raras e outras matérias-primas fundamentais para a transição energética. De acordo com a análise, a exploração destes materiais não comprometerá os esforços globais para conter o aquecimento global e a perda da biodiversidade.
“Atingir as metas climáticas globais exigirá aumentos prodigiosos na geração de eletricidade de baixo carbono, levantando preocupações sobre a escala de materiais necessários e os impactos ambientais associados. (…) Estimamos que a demanda de materiais aumentará, mas cumulativamente não excederão as reservas geológicas”, assinalou o estudo, publicado na revista Joule.
Os minerais das terras raras são essenciais para a produção de turbinas eólicas e baterias, além de outros equipamentos importantes, como smartphones e lâmpadas LED.
O estudo indica, no entanto, que alguns desses minerais podem experimentar um problema de abastecimento nos próximos anos, provocado pela falta de capacidade operacional. Esse é o caso do disprósio, usado para ímãs em turbinas eólicas; para que a demanda seja atendida nas próximas décadas, a extração do mineral precisará aumentar em mais de dez vezes. Outro caso é o do telúrio: aqui, no entanto, o desafio é que as reservas existentes são só ligeiramente superiores à demanda, o que pode forçar a indústria a buscar por materiais substitutos.
A Associated Press destacou os principais pontos da análise.
Vale observar que o estudo fala de reservas geológicas, não entrando em detalhe nos impactos ambientais e sociais da exploração destas reservas. Como sempre, o diabo mora nos detalhes.
ClimaInfo, 30 de janeiro de 2023.Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo.
