Pressionada pelas medidas recentes dos EUA para impulsionar a indústria verde, a União Europeia sinalizou que pretende rever as regras para subsídios governamentais e créditos fiscais para projetos de energia renovável. O objetivo de Bruxelas seria facilitar a instalação de novas fábricas de tecnologias de energia renovável no bloco, compensando os ganhos potenciais que essas empresas poderiam ter caso se instalassem nos EUA.
Segundo o Financial Times, as medidas da UE visariam facilitar a aplicação de subsídios para empresas que investem em energia renovável e em tecnologias de redução das emissões de carbono. No entanto, os países-membros do bloco estariam divididos sobre a aplicabilidade dessa flexibilização. Alguns, como Dinamarca e Países Baixos, estão reticentes quanto a novos incentivos para a indústria. AFP, Guardian, Reuters e Valor também repercutiram a informação.
A sinalização é mais um passo na “guerra comercial” que se desenha entre norte-americanos e europeus em torno da indústria verde. Nos últimos meses, representantes da UE criticaram alguns pontos do Inflation Reduction Act (IRA), especialmente aqueles que restringiam sua aplicação a produtos e tecnologias fabricadas no mercado norte-americano. Para a UE, a proposta dos EUA gera protecionismo e restringe a competitividade da indústria europeia.A Bloomberg sintetizou parte da irritação de europeus e outros países com a nova política “verde” proposta pelos EUA para sua indústria. Já o NY Times abordou o risco de que a disputa entre Washington e Bruxelas esteja apenas antecipando algo que será bastante comum nas próximas décadas: guerras comerciais atreladas a questões de clima e meio ambiente.
ClimaInfo, 31 de janeiro de 2023.
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