Estudo usa inteligência artificial e projeta aquecimento de 1,5ºC já nesta década

1 de fevereiro de 2023
IA aquecimento global
Spencer Platt/Getty Images

O limite de 1,5oC para o aquecimento global neste século, definido pelo Acordo de Paris e defendido pela ciência como o mais recomendado para evitar os piores efeitos da mudança do clima, pode ser atingido ainda nesta década. Essa é a conclusão de um novo estudo elaborado por pesquisadores dos EUA e publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) nesta semana.

Usando inteligência artificial (IA) para projetar trajetórias de aquecimento, os autores descobriram que o limite de 1,5oC de aquecimento acima dos níveis pré-industriais provavelmente será superado nos próximos dez anos. O estudo também sugeriu que a Terra está no caminho para um aquecimento de 2oC, com 50% de chance de que isso seja atingido em meados deste século.

Uma das chaves para conter o aquecimento global dentro dos limites estabelecidos pelo Acordo de Paris é o ritmo de descarbonização da economia. De acordo com o modelo de IA, o mundo precisará atingir a neutralidade líquida de suas emissões de carbono até 2050 para que as chances de limitar o aquecimento a 2oC sejam significativas. Por outro lado, se a neutralidade custar mais 50 anos para acontecer, poderá ser tarde demais.

“Temos evidências muito claras do impacto em diferentes ecossistemas do 1°C de aquecimento global que já aconteceu”, disse o cientista da Universidade de Stanford, Noah Diffenbaugh, coautor do estudo com a cientista atmosférica Elizabeth Barnes, citado pelo Guardian. “Este novo estudo, usando um novo método, aumenta a evidência de que certamente enfrentaremos mudanças climáticas contínuas que intensificam os impactos que já estamos sentindo”. Associated Press também destacou o estudo.

Em tempo: Uma equipe de cientistas das Universidades de Leeds e Bristol, no Reino Unido, desenvolveram uma nova técnica para rastrear o desenvolvimento de fendas na “língua de gelo” da geleira Thwaites, na Antártica Ocidental, também conhecida como a “Geleira do Fim do Mundo”. Os pesquisadores adaptaram um algoritmo de IA para identificar células em imagens de microscópio para detectar fendas se formando no gelo a partir de imagens de satélite. O monitoramento de Thwaites é fundamental, já que a geleira contém gelo suficiente para elevar o nível global do mar em cerca de 60 centímetros e ela vem registrando um degelo significativo nos últimos anos. O estudo foi publicado na Nature Geoscience. A Science Daily deu mais informações.

ClimaInfo, 2 de fevereiro de 2023.

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