Garimpo ilegal cresceu 54% na Terra Yanomami em 2022

2 de fevereiro de 2023
garimpo ilegal Terras Yanomami
Reprodução

Um levantamento da Hutukara Associação Yanomami mostrou que o garimpo ilegal cresceu 54% em 2022 na Terra Yanomami, resultando na derrubada de 1.782 hectares de floresta. De acordo com a entidade, a área garimpada dentro da reserva veio crescendo de forma significativa nos últimos cinco anos, ameaçando a integridade e a sobrevivência das comunidades indígenas. 

Considerando o acumulado desde 2018, quando começou o acompanhamento, o desmatamento por garimpo derrubou 5.053 ha de floresta na Terra Yanomami. O período abrange o último ano do governo de Michel Temer e os quatro anos do mandato de Jair Bolsonaro.

De acordo com o levantamento, o aumento do desmatamento impulsionado pelo garimpo foi constante durante a gestão de Bolsonaro, mas ganhou força a partir de dezembro de 2021 e ficou nitidamente mais intenso ao final do ano passado, especialmente após as eleições presidenciais que selaram a derrota do ex-presidente. CartaCapital, g1 e Metrópoles repercutiram os dados.

Enquanto isso, uma decisão da Justiça Federal obrigou a Agência Nacional de Mineração (ANM) a leiloar um lote de cassiterita extraída ilegalmente da Terra Yanomami e apreendida pela Polícia Federal. A medida atende a um pedido do Ministério Público Federal (MPF), que pretende utilizar o valor arrecadado para financiar ações de segurança indígena e combate ao garimpo no território.

Em julho passado, uma liminar da Justiça Federal também tinha determinado a realização do leilão, mas o governo federal ignorou a decisão. De acordo com a nova determinação, a União tem até o dia 28 de fevereiro para finalizar todo o trâmite do leilão, sob multa de R$ 100 mil ao mês em caso de descumprimento. Agência Brasil, Estadão, Folha e O Globo deram mais informações.

Em tempo: O Jornal da Globo (TV Globo) destacou dados de um estudo de 2021 do Instituto Escolhas que mostra como a ilegalidade mancha o mercado de ouro no Brasil. De 2015 a 2020, foram comercializadas 229 toneladas de ouro de origem ilegal, potencialmente extraídos de Unidades de Conservação e Terras Indígenas. A própria legislação atual acaba permitindo que garimpeiros “lavem” o ouro obtido ilegalmente, o que dificulta a fiscalização.

ClimaInfo, 2 de fevereiro de 2023.

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