Apesar das atenções voltadas para a crise humanitária na Terra Yanomami, outro território indígena chamou a atenção na última semana – a Terra Apyterewa, no Pará. De acordo com levantamento do Imazon, este território é o que registrou a maior área de floresta desmatada na Amazônia Legal em 2022. É o 4º ano seguido que a TI Apyterewa ocupa a posição.
Território do povo Parakanã, a Apyterewa registrou o desmate de 80 km2 de vegetação no ano passado; somente nos últimos quatro anos, foram desmatados 324 km2, uma área superior ao território de Fortaleza, capital do Ceará. A estimativa do Imazon é de que a TI Apyterewa perca mais cerca de 78 km2 se não forem implementadas medidas adicionais para combater as ilegalidades.
Segundo indígenas, o desmatamento vem sendo promovido por madeireiros, garimpeiros e grileiros, inclusive tendo áreas desmatadas destinadas à pecuária. “É muito triste ver que, mesmo após diversos alertas sobre o aumento da pressão na TI Apyterewa, nada de efetivo tenha sido feito para evitar que ela fosse ainda mais invadida e devastada, ameaçando cada vez mais a vida do Povo Parakanã”, afirmou Bianca Santos, pesquisadora do Imazon.
No ranking das TI mais desmatadas em 2022 estão também a Cachoeira Seca do Iriri (PA), com 20 km2; Karipuna (RO), com 17 km2; e Trincheira/Bacajá, com 14 km2. Estas TIs também figuram entre as áreas indígenas com maior risco de desmatamento neste ano: 38 km2 em Cachoeira Seca do Iriri, 26 km2 em Trincheira/Bacajá, e 15 km2 em Karipuna.
“Por isso, as ações que estão sendo tomadas para proteger o território Yanomami também precisam ser aplicadas na Apyterewa e nas outras áreas protegidas invadidas”, completou Santos.
g1, O Globo e SBT repercutiram estas informações.
Em tempo: Dados preliminares do INPE para o mês de janeiro indicam uma queda no ritmo de desmatamento na Amazônia. Do dia 1º até o 27 de janeiro foram registrados alertas de desmate para uma área de 121 km2, a 3ª menor marca para o mês na série histórica do sistema DETER. Para efeito de comparação, no mesmo mês em 2022, o INPE identificou o desmatamento de 430 km2, a maior marca para esse período desde o começo da série histórica. A notícia é do g1.
ClimaInfo, 7 de fevereiro de 2023.
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