Montadoras querem taxar importação de carros elétricos no Brasil

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Divulgação

O mercado de carros elétricos no Brasil vem crescendo, mas segue sendo um nicho praticamente de luxo. Ainda assim, as montadoras estão se movimentando para pressionar o governo federal a acabar com a isenção do Imposto sobre Importação sobre esses veículos de forma generalizada. Se isso acontecer, o preço dos carros elétricos importados pode subir até 35%.

O argumento da ANFAVEA é de que a medida, a despeito de facilitar a adoção inicial dessa tecnologia no mercado nacional, acaba tirando competitividade da indústria brasileira, com as principais montadoras optando por manter sua produção em outros países ao invés de investir na fabricação desses veículos no Brasil.

“É preciso definir uma regra que beneficie modelos de baixa produção, mas principalmente para quem tem fábrica local”, defendeu o presidente da ANFAVEA, Márcio de Lima Leite, ao Estadão. “Manter uma regra solta posterga investimentos ou eles vão para outros países porque aqui o imposto sobre importação é zero”.

A proposta acontece em um momento positivo para as vendas de carros elétricos no Brasil. Em janeiro passado, foram emplacadas cerca de 4,5 mil unidades, número que supera o total de veículos elétricos emplacados em todo o ano de 2018. Esse é o melhor resultado para o mês desde 2012 quando a ANFAVEA começou a monitorar esses dados. No ano passado, foram vendidos mais de 49 mil veículos 100% elétricos, híbridos plug-in e híbridos, alta de 40,8% em relação ao ano anterior.

Mas a ideia de retomar o imposto de importação sobre os carros elétricos não é consensual entre as principais montadoras do Brasil. O presidente da General Motors América do Sul, Santiago Chamorro, argumentou que a isenção fiscal é crucial para estimular a adoção dessa tecnologia no mercado brasileiro.

O argumento do executivo é que a falta de escala ainda é o grande obstáculo para a montagem desses automóveis pela indústria nacional e que a volta desse imposto não ajudaria nesse sentido. “O Brasil precisa se manter na vanguarda e abraçar as boas virtudes do carro elétrico e não ficar, de certa forma, retrógrado”, disse Chamorro, também citado pelo Estadão.

Automotive Business, Inside EVs, UOL e Valor também repercutiram essa notícia.

ClimaInfo, 14 de fevereiro de 2023.

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