Petrobras e Shell se aproximam por “cooperação para transição energética”

Petrobras e Shell
Divulgação/Petrobras

O presidente Lula se reuniu na última 2a feira (13/2) com os principais executivos da Petrobras e da Shell. Na pauta, de acordo com o presidente da petroleira brasileira, Jean Paul Prates, a cooperação entre as duas empresas no processo de transição energética para fontes renováveis.

“Estamos aproximando a Petrobras das outras grandes empresas do setor para construir novas oportunidades de cooperação tanto no segmento de óleo e gás como para a transição energética. Essa iniciativa está dentro da minha nova abordagem de tratar diretamente com os CEOs globais das grandes empresas do segmento para avançarmos na transição energética”, argumentou Prates.

O CEO da Shell, Wael Sawan, participou do encontro no Palácio do Planalto. O Brasil é o primeiro destino visitado por Sawan desde que assumiu a liderança global da petroleira britânico-holandesa, em janeiro passado. “A Petrobras e a Shell – que está no Brasil há 110 anos – têm uma importante parceria baseada em cooperação e uma visão comum de promover novos investimentos”, disse Sawan.

Folha, InfoMoney, Poder360 e Valor deram mais detalhes do encontro.

A passagem do principal executivo da Shell no Brasil acontece uma semana após a empresa anunciar o maior lucro anual de sua história, com ganhos de US$ 40 bilhões em 2022. Curiosamente, a despeito do destaque dado pela assessoria de imprensa da Petrobras ao assunto “transição energética”, a petroleira já afirmou que não pretende utilizar esse lucro histórico para aumentar seus investimentos na produção de energias renováveis.

Já a Petrobras ainda não anunciou seu balanço financeiro de 2022, o que deve acontecer no dia 1o de março. A expectativa é de que a petroleira brasileira anuncie resultados positivos, talvez históricos, em linha com o que vem sendo registrado pelo setor de óleo e gás em todo o mundo.

No entanto, como assinalou a VEJA, a preocupação do mercado está na decisão da empresa sobre o que fará com seu lucro; ou seja, se ela manterá a generosa política de dividendos ou se a nova direção dará outro rumo a esses recursos.

Em tempo: O Estadão informou que o Tribunal de Contas da União (TCU) abriu investigação para apurar irregularidades na Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) em casos relacionados à partilha bilionária de royalties da exploração de petróleo entre os municípios produtores. No ano passado, uma reportagem revelou que advogados teriam utilizado uma entidade sem fins lucrativos para intervir junto ao órgão e à Justiça para mudar a distribuição dos valores. Pelo menos 20 municípios firmaram contrato (com honorários de 20%) com essa entidade e conseguiram liminares para receber cerca de R$ 1,5 bilhão.

ClimaInfo, 15 de fevereiro de 2023.

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