Garimpo segue assolando outras áreas indígenas além da Terra Yanomami

Terra Yanomami garimpo ilegal
Vanessa Marino

A Terra Yanomami é uma das mais afetadas pelo garimpo no Brasil, mas está muito longe de ser a única. Outros territórios também sofrem com a presença desses invasores, como as Terras Kayapó e Munduruku, ambas no Pará, e a Sararé, no Mato Grosso.

O Valor divulgou dados da Polícia Federal sobre alertas de garimpo em território indígena. Só no ano passado, a Terra Kayapó registrou mais de 2,7 mil alertas que abrangeram 12,31 km2. A Terra Yanomami, por sua vez, teve pouco mais de 2.330 alertas em 2022, que se estenderam por 11,55 km2. Já o território Munduruku registrou 184 alertas no ano passado, em uma área que somou 700 m2.

A reportagem também destacou a mudança entre as primeiras semanas de 2022 e as de 2023. Entre 1º de janeiro e 12 de fevereiro do ano passado, o monitoramento da PF identificou 1.153 alertas de novos garimpos (equivalentes a 5 km2) e garimpos em expansão em território indígena; nesse mesmo período de 2023, a quantidade de alertas caiu para 388 (1,98 km2).

Enquanto isso, no território Yanomami, organizações indígenas denunciaram à ministra Sônia Guajajara (Povos Indígenas) o aumento da presença de garimpeiros na região do Pico da Neblina, no Amazonas. Eles pedem que o governo federal reforce a fiscalização em outras áreas do território Yanomami além daquelas localizadas na vizinha Roraima.“Nas últimas semanas foi percebido o aumento do trânsito de garimpeiros na área, sendo relatada também a chegada de maquinário para o grupo”, informaram as entidades em texto repercutido pelo g1. “Existe o receio por parte das populações Yanomami do Amazonas que, diante das ações de impedimento ao garimpo em Roraima, possa haver uma migração dos grupos de garimpeiros para outras áreas da Terra Indígena que não estão sob fiscalização”.

ClimaInfo, 16 de fevereiro de 2023.

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