Grupo criminoso é alvo da PF por contrabando bilionário de ouro Yanomami para o exterior

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Divulgação PF

A Polícia Federal realizou mais uma operação de combate a grupos criminosos envolvidos com o garimpo ilegal em Áreas Protegidas na Amazônia. Os policiais executaram 3 mandados de prisão e 27 de busca e apreensão na manhã de ontem (15/2) em 7 estados e no Distrito Federal, no âmbito da Operação Sisaque.

Segundo a PF, o inquérito aponta para a existência de uma organização criminosa voltada para o “esquentamento” do ouro obtido de maneira ilegal. Por meio de empresas, os criminosos emitiam notas fiscais relativas à mercadoria, conferindo ares de regularidade. Do início de 2020 até o final de 2022, o grupo teria movimentado mais de R$ 4 bilhões, correspondendo aproximadamente a 13 toneladas do metal.

O ouro comercializado por essa organização criminosa era exportado principalmente por meio de uma empresa sediada nos EUA, que fazia a intermediação com compradores na Itália, Suíça, Hong Kong e Emirados Árabes Unidos.

Além dos mandados de prisão e busca e apreensão, a Justiça também determinou o sequestro de bens e valores bancários que somam mais de R$ 2 bilhões de pessoas físicas e jurídicas suspeitas de envolvimento no esquema. CBN, Folha, g1, Poder360 e UOL, entre outros, reportaram a ação da PF.

Em outra operação, a Avis Aurea, a PF revelou que a quadrilha investigada pela comercialização de ouro ilegal extraído da Terra Yanomami, em Roraima, teria transportado o minério em voos comerciais de Boa Vista para São Paulo. O embarque da mercadoria seria facilitado por um funcionário de empresa terceirizada que trabalhava no aeroporto internacional da capital roraimense.

Segundo informou o g1, o funcionário suspeito de apoiar os criminosos é Cleuvio Esdras Castro Queiroz. Ele também é ex-servidor comissionado do governo do estado na Secretaria do Índio, de novembro de 2021 a fevereiro de 2022.Já o Amazônia Real destacou que Bruno Cezar Cecchini, um dos empresários investigado pela PF nesse esquema já tinha sido indiciado no ano passado por suspeita de chefiar uma organização criminosa responsável por exportar ouro ilegal do Brasil para a Europa. Ele é proprietário da empresa RJR Minas Export, alvo da Avis Aurea, e presidente da Confederação Nacional de Mineração (CNMI).

ClimaInfo, 16 de fevereiro de 2023.

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