Phase out: fim do consumo de energia fóssil pode entrar na agenda da COP28

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Rickmaj

Motivo de tensão na última Conferência da ONU sobre o Clima, um possível compromisso dos países para gradualmente deixar de consumir combustíveis fósseis pode reaparecer na próxima COP28, programada para acontecer em novembro nos Emirados Árabes Unidos. A sinalização foi dada por um representante do país anfitrião durante a Conferência de Segurança de Munique, realizada na semana passada na Alemanha.

“Precisamos que o setor de petróleo e gás esteja conosco. Precisamos mudar a forma como eles estão fazendo negócios e precisamos descarbonizar o que eles estão fazendo. Precisamos, então, eliminar gradualmente o petróleo e o gás de maneira justa”, disse a ministra do meio ambiente dos EAU, Mariam bin Mohammed Almheiri, citada pelo Climate Home.

Na Conferência de Glasgow (COP26), em 2021, os países chegaram a sinalizar um compromisso com a redução gradual (phase out) do carvão, a 1a vez em que algo do tipo foi definido no âmbito das negociações climáticas da ONU. Entretanto, na Conferência de Sharm el-Sheikh (COP27), no ano passado, a pressão de países como Índia e China acabou derrubando essa sinalização na decisão final.

Certamente, a questão voltará à pauta das conversas em Dubai. A Reuters reportou que os países da União Europeia estão se preparando para endossar uma posição diplomática comum em defesa da eliminação global do consumo de combustíveis fósseis. A proposição dos europeus visa não apenas restaurar o compromisso anticarvão assumido em Glasgow, mas estendê-lo a todos os combustíveis fósseis.

“A UE promoverá sistematicamente e exigirá um movimento global em direção a um sistema de energia livre de combustíveis fósseis bem antes de 2050”, diz o documento preliminar obtido pela reportagem.

Em tempo: O Itamaraty confirmou na semana passada a indicação do ex-chanceler Luiz Alberto Figueiredo Machado como embaixador extraordinário do Brasil para mudança do clima. Figueiredo foi negociador-chefe do Brasil nas Conferências Climáticas da ONU entre o final dos anos 2000 e começo dos 2010, antes de assumir o comando do Ministério das Relações Exteriores no governo da ex-presidente Dilma Rousseff. A função já existiu entre 2007 e 2010, quando foi exercida pelo embaixador Sérgio Barbosa Serra. Agência Brasil, CNN Brasil, Folha, g1 e Metrópoles, entre outros, repercutiram a indicação.

ClimaInfo, 23 de fevereiro de 2023.

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