Os países da União Europeia chegaram a um acordo preliminar nesta 5ª feira (23) para reduzir as emissões do setor marítimo. O novo regulamento determina que a intensidade dos gases de efeito estufa dos combustíveis usados pelo segmento diminuirá gradualmente, de 2% em 2025 para até 80% em 2050. A redução se dará com o uso de combustíveis e energia renováveis pelos navios.
As metas devem ser atingidas considerando toda a energia usada a bordo ou entre os portos do bloco europeu, segundo a Ansa. Já para embarcações que têm portos de chegada ou partida fora da UE, os números serão reduzidos em 50% em cada categoria – ou seja, 1% em 2025, até 40% em 2050.
O acordo inclui o transporte marítimo nas medidas para o cumprimento das metas climáticas da UE em 2030 e 2050, informa a Reuters. O continente pretende reduzir as emissões líquidas de gases com efeito de estufa em pelo menos 55% até 2030, alcançando a neutralidade climática em 2050.
“O acordo vai garantir que fornecedores de combustível, navios e operadores marítimos tenham tempo suficiente para se adaptar às novas condições, de modo que o setor marítimo cumpra as metas climáticas”, disse o ministro da Infraestrutura sueco, Andreas Carlson, em comunicado.
Fora da UE, cresce a pressão sobre a indústria marítima internacional pela criação de uma taxa de carbono em navios, que financiaria ações climáticas no mundo em desenvolvimento. O Banco Mundial está entre os organismos que mais pressionam pela medida, segundo o Guardian. A expectativa é que a taxação sobre as emissões encoraje as empresas a atualizar suas frotas, operá-las com mais eficiência e buscar combustíveis e tecnologias mais limpas.
Uma solução está em navios movidos a energia eólica. A nova propulsão eólica de alta tecnologia pode ser instalada em navios existentes para reduzir o uso de combustível, fornecendo entre 10% e 90% das necessidades de energia de um navio, explica o Guardian.
O transporte marítimo representa mais de 3% das emissões globais de carbono. Entretanto, é considerado um dos setores de mais difícil descarbonização, pois os navios funcionam com óleo combustível pesado e com alto teor de carbono.
ClimaInfo, 24 de março de 2023.
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