Tesla ignora tensões geopolíticas e anuncia nova fábrica de baterias elétricas na China

Tesla baterias VEs
REUTERS/Aly Song

Em meio às tensões geopolíticas entre Estados Unidos e China, a montadora norte-americana Tesla anunciou no último final de semana que construirá uma nova fábrica de baterias elétricas em Xangai, com vistas a baratear a produção do componente mais essencial para a fabricação de carros elétricos. 

O plano da Tesla é iniciar a construção ainda em 2023, com a possibilidade de que a produção possa começar já no 2º trimestre de 2024. A nova fábrica complementará a linha de produção local da empresa de carros elétricos, com a expectativa de produzir inicialmente 10 mil Megapacks – uma unidade de armazenamento em larga escala, que equivale a cerca de 40 gigawatts-hora de armazenamento de energia – por ano.

A nova fábrica se alinha à estratégia da Tesla de baratear sua produção para conseguir manter sua competitividade frente às montadoras tradicionais, como Volkswagen e GM, que anunciaram investimentos significativos nos últimos meses para se reposicionar no mercado de carros elétricos.

O novo investimento da Tesla na China acontece em um momento delicado nas relações políticas e comerciais do país com os Estados Unidos. A Lei de Redução da Inflação (IRA), que viabilizou o primeiro pacote climático aprovado nos EUA, mira em especial a posição dos rivais chineses nos diversos mercados da transição energética. Além disso, as tensões decorrentes da guerra entre Rússia e Ucrânia na Europa e da situação de Taiwan acentuaram o clima de contrariedade em ambos os lados.

Bloomberg, CNBC, Financial Times, Reuters, Valor e Wall Street Journal, entre outros, repercutiram a notícia.

Ainda sobre veículos elétricos, o governo de Joe Biden nos EUA está preparando uma revisão das regras de poluição dos carros, com o objetivo de torná-las mais rígidas e incentivar a adoção dos modelos eletrificados pelos consumidores. Os novos limites devem ser apresentados na próxima 4ª feira (12/4), durante a passagem do presidente norte-americano em Detroit, berço da indústria automobilística do país. Bloomberg e Reuters deram mais informações.

Em tempo: Já no Brasil, a venda de carros híbridos e elétricos segue aumentando, ainda que em ritmo bem mais devagar que em outros mercados. O Valor destacou dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) que mostraram um salto de 50% na venda de eletrificados no 1º trimestre de 2023 no Brasil, com 14,7 mil unidades comercializadas no período. Só em março, foram vendidas quase 6 mil unidades, o 2º melhor resultado mensal da história do mercado brasileiro. Por outro lado, a representatividade dos elétricos na frota automotiva do país ainda é pequena, alcançando 3,37% do total de veículos vendidos nos três primeiros meses do ano.

ClimaInfo, 11 de abril de 2023.

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