Alemanha desativa últimas usinas nucleares em operação no país

Alemanha usina nuclear desativada
Reprodução vídeo EuroNews

A crise energética resultante da invasão da Ucrânia pela Rússia fez a Alemanha estender a operação de reatores nucleares que seriam desativados no final do ano passado. Agora, o país está a poucos dias de desligar suas últimas usinas termonucleares, mesmo com as incertezas que permanecem quanto à segurança do abastecimento de energia – e também a seu preço.

A decisão do governo alemão é uma aposta de que o país terá sucesso em sua transição verde sem energia nuclear, explica o Euronews. Enquanto muitos países dependem da fonte nuclear – inclusive a vizinha França, cujo lobby fez a UE ceder e admitir a energia nuclear como uma fonte “limpa” e que poderá ser usada para produzir hidrogênio –, a maior economia da Europa está virando a página, mesmo sob controvérsia.

Em 2002, a Alemanha decidiu implementar um programa para eliminar a geração nuclear no país. A desativação foi acelerada pela ex-chanceler Angela Merkel em 2011, após o desastre na usina de Fukushima, no Japão. O acidente mostrou que “mesmo num país de alta tecnologia como o Japão, os riscos associados à energia nuclear não podem ser controlados 100 por cento”, justificou Merkel.

Desde 2003, 16 usinas nucleares alemãs foram desativadas, informa o Sky News. As três últimas seriam desligadas até 31 de dezembro do ano passado, mas o governo do país decidiu adiar seu fechamento após a Rússia cortar o fornecimento de gás natural à Europa, provocando temores de uma crise de combustível no inverno. Mas, no próximo sábado (15/4), as operações das usinas de Emsland, Isar 2 e Neckarwestheim serão encerradas.

O setor nuclear respondeu por 30,8% da energia gerada na Alemanha em 1997 – a maior participação da fonte na matriz elétrica do país, de acordo com a AFP. Já no ano passado, a geração nuclear representou apenas 6% da matriz.  

Por outro lado, a parcela da geração de energia renovável na produção alemã passou de 25%, há 10 anos, para 46% em 2022.

ClimaInfo, 12 de abril de 2023.

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