Transição energética coloca Japão em rota de colisão com parceiros do G7

Japão transição energética
REUTERS/Issei Kato

Anfitrião do encontro do G7 neste ano, o Japão tem se desentendido com seus parceiros desenvolvidos quando o assunto é transição energética. O episódio mais recente aconteceu na última 3ª feira (11/4), depois que negociadores tiveram que recuar de um esboço de texto para os ministros de energia e clima do bloco que defendia novos investimentos na produção de gás fóssil e gás natural liquefeito (GNL).

De acordo com a Reuters, que teve acesso ao texto revisado, a proposta apresentada pelo Japão foi vetada pela União Europeia e pelos governos de Alemanha, França e Itália. Da mesma forma, Estados Unidos, UE e Japão também se opuseram a uma proposta do Reino Unido que buscava um compromisso para a eliminação progressiva da geração doméstica de energia a carvão até 2030.

A situação do Japão é curiosa. Dentre os países do G7, ele é o mais dependente de combustíveis fósseis, principalmente gás, quase todo importado. Um dos interesses do governo japonês nas negociações do G7 deste ano é garantir um tratamento mais flexível ao uso de gás. “O Japão vê o GNL como um combustível de transição para uma energia mais verde, que pode ser necessário por pelo menos 10 a 15 anos, mas até agora não conseguiu convencer outros membros do G7 a prometer grandes investimentos neste combustível fóssil”, explicou a Reuters.

A Bloomberg também destacou as desavenças entre Japão e seus aliados do G7 na transição energética. “Tóquio já estava preocupada com a segurança energética, e a crise do ano passado apenas intensificou seu esforço para dobrar os combustíveis fósseis e garantir que sua economia continue funcionando. Em contraste, os formuladores de políticas na Europa e nos EUA veem o aumento dos preços do carvão e do gás como uma das principais razões para uma mudança ainda mais rápida para as energias renováveis”, assinalou a matéria.

ClimaInfo, 13 de abril de 2023.

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