Banco Mundial sob pressão por mais “ousadia” na ação contra mudança do clima

Banco Mundial presão ação climática
Tony Karumba/Agence France-Presse

O encontro de primavera (no Hemisfério Norte) do Banco Mundial, realizado nesta semana em Washington (EUA), deixou evidentes as pressões para que a gestão atual e a futura do principal banco multilateral de desenvolvimento do mundo alinhe seus investimentos aos objetivos climáticos globais.

Por mais que o pleito seja repetido pela sociedade civil mundial há anos, a palavra de ordem – “reforma” é o que se escuta – tem sido repetida por diversos ministros e representantes governamentais nos últimos dias. Por exemplo, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, pediu ações ousadas do Banco Mundial para enfrentar os desafios contemporâneos, com a mudança do clima. “Devemos usar o restante do ano para realizar reformas adicionais por meio de uma abordagem de implementação em etapas”, disse Yellen, citada pelo Climate Home.

O comitê diretivo do Banco Mundial fechou um “roteiro de evolução” para a instituição, de forma a viabilizar novas propostas de ação para serem validadas em outubro, quando acontece a reunião anual dos ministros. O próximo encontro será presidido pelo futuro chefe do Banco Mundial, Ajay Banga, que sucederá David Malpass em julho.

Por falar em Banga, a perspectiva é de que a gestão do novo presidente do Banco Mundial avance na pauta climática, em contraste com os tropeços e constrangimentos que marcaram a era Malpass. “Ele [Banga] tem as habilidades certas de liderança e gerenciamento, experiência e conhecimento financeiro para liderar o Banco Mundial em um momento crítico de sua história”, defendeu Yellen.

O NY Times sintetizou algumas dessas expectativas. O perfil do executivo parece talhado para o momento: nos anos 2010, quando era CEO da Mastercard, ele reformou a gestão da empresa e reverteu décadas de decadência.

“Ele transformou fundamentalmente o que era uma cultura lenta de associação bancária em uma empresa de alto desempenho, ágil, inovadora, proativa”, destacou Mike Froman, ex-colega na Mastercard. A esperança de alguns observadores é que ele consiga fazer o mesmo em uma instituição bem mais complexa e com uma carga política considerável.Associated Press, Valor e Wall Street Journal também abordaram os principais pontos da reunião de primavera do Banco Mundial e as expectativas em torno de Ajay Banga como seu futuro presidente.

ClimaInfo, 14 de abril de 2023.

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