O governo do presidente norte-americano, Joe Biden, propôs um ousado plano de redução dos limites para as emissões automotivas, que pode fazer com que os carros 100% elétricos representem até dois em cada três novos veículos vendidos nos Estados Unidos até 2032. A medida também se estende a caminhões.
Pela proposta, divulgada pela Agência de Proteção Ambiental do país (EPA, na sigla em inglês), as emissões de gases de efeito estufa para veículos de passageiros fabricados de 2027 a 2032 seriam limitadas a níveis ainda mais rígidos dos que a indústria automobilística concordou em 2021, pontua o Guardian.
A Reuters destaca que se trata do plano mais agressivo do governo estadunidense para reduzir as emissões de veículos feito até hoje. A proposta exige uma redução média anual de 13% na poluição e uma redução de 56% nas emissões médias projetadas da frota em relação aos requisitos de 2026.
Além de dois terços dos carros de passageiros, as novas regras podem provocar a eletrificação de quase metade de todos os novos veículos médios, como caminhões de entrega, até o ano modelo 2032. Os padrões mais rígidos de emissões também valem para veículos pesados, incluindo caminhões basculantes e de serviços públicos, e ônibus escolares e de transporte público, detalha a CNN.
A EPA projeta que as regras para o período de 2027-2032 cortariam mais de 9 bilhões de toneladas de emissões de CO2 até 2055. Esse volume é equivalente a mais do que o dobro das emissões totais de dióxido de carbono dos Estados Unidos no ano passado.
“Ao propor os padrões de poluição mais ambiciosos de todos os tempos para carros e caminhões, estamos cumprindo a promessa do governo Biden-Harris de proteger as pessoas e o planeta, garantindo reduções críticas na poluição perigosa do ar e do clima, e garantindo benefícios econômicos significativos, como menor consumo de combustível e manutenção de custos para as famílias”, disse o administrador da EPA, Michael Regan. De algum modo, é uma tentativa de Biden de “limpar sua barra” após autorizar o projeto Willow, de exploração de petróleo no Alasca.
Montadoras e ambientalistas dizem que o governo está correndo para aprovar as novas regras até o início de 2024, tornando muito mais difícil para um futuro presidente ou o Congresso revertê-las.
Bloomberg, npr, AP, Financial Times, New York Times, Wall Street Journal, Washington Post, Folha e UOL também repercutiram o assunto.
ClimaInfo, 14 de abril de 2023.
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