A pressão de ativistas climáticos e ambientalistas contra um polêmico projeto de exploração de petróleo no norte do Alasca não foi suficiente para que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, vetasse a iniciativa. Nesta 2ª feira (13/3), a Casa Branca confirmou o OK para o empreendimento da petroleira ConocoPhillips em Willow, que deve custar cerca de US$ 8 bilhões e pode produzir até 600 milhões de barris de petróleo nos próximos 30 anos – uma verdadeira “bomba climática”.
A aprovação, no entanto, não foi integral. Dos cinco locais de perfuração propostos pela ConocoPhillips, o Escritório de Gestão da Terra do Departamento do Interior aprovou apenas três e rejeitou um projeto de construção de uma nova estrada que facilitaria a exploração em um dos locais negados. Além disso, o governo norte-americano também pediu a restituição de cerca de 27,5 mil hectares de arrendamentos existentes
Outra medida da Casa Branca para reduzir o impacto do projeto foi a retirada de uma área de 1,2 milhão de hectares no Mar de Beaufort, no Oceano Ártico, de futuros projetos de exploração de petróleo e gás. De acordo com o Departamento do Interior, esse território ficará “indefinidamente fora dos limites” para a produção de energia fóssil e será “protegido perpetuamente”.
Nada disso aplacou a irritação de grupos ambientalistas: “É um insulto que Biden pense que isso vai mudar nossa opinião sobre o projeto Willow. Proteger uma área do Ártico para que você possa destruir outra não faz sentido e não ajudará as pessoas e a vida selvagem que serão prejudicadas”, destacou Kristen Monsell, do Center for Biological Diversity, citada pelo NY Times. “Depois de tudo o que este governo fez para promover a ação climática e a justiça ambiental, é doloroso ver uma decisão que sabemos que envenenará as comunidades do Ártico e resultará em décadas de poluição climática que simplesmente não podemos suportar”, afirmou Lena Moffit, da Evergreen Action, ao Guardian.A decisão de Biden e as polêmicas em torno do projeto de Willow tiveram ampla repercussão na imprensa, com matérias na Associated Press, Axios, BBC, Bloomberg, CNN, Reuters e Washington Post, entre outros.
ClimaInfo, 14 de março de 2023.
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