O governo de Joe Biden nos Estados Unidos pode estar em rota de choque com ambientalistas e ativistas climáticos. O motivo é um polêmico projeto de exploração de petróleo na região de Willow, no norte do Alasca, defendido pela indústria petroleira como uma das saídas para garantir independência energética aos EUA, mas considerado uma “bomba climática” por ambientalistas.
Na última 6ª feira (10/3), a Bloomberg informou que a Casa Branca estaria próxima de dar sinal verde para o empreendimento da petroleira ConocoPhillips. No entanto, no final do dia, a Casa Branca negou que qualquer decisão tenha sido tomada em relação ao projeto petroleiro em Willow.
A negativa momentânea do governo norte-americano não foi suficiente para aplacar a irritação de grupos ambientalistas com uma possível aprovação do projeto. O Guardian destacou a reação do ex-vice-presidente Al Gore, que classificou o empreendimento como “imprudentemente irresponsável” por conta da quantidade de combustível fóssil que produziria, estimada em cerca de 600 milhões de barris de petróleo.
“A poluição que isso geraria não apenas colocaria os nativos do Alasca e outras comunidades locais em risco, mas também seria incompatível com a ambição de que precisamos para alcançar um futuro net-zero”, disse Gore. “Não precisamos sustentar a indústria de combustíveis fósseis com novos projetos plurianuais que são uma receita para o caos climático”.
Durante a campanha presidencial de 2020, Biden se comprometeu com a interrupção de novos projetos de petróleo e gás em terras federais como medida para impulsionar a ambição climática dos EUA. No entanto, o aumento dos preços decorrente da invasão da Ucrânia pela Rússia mudou a equação política em Washington e em outras capitais globais, reforçando a necessidade de segurança energética para evitar o desabastecimento e a escalada agressiva dos preços ao consumidor.O vai-e-vem de Biden com o projeto de petróleo em Willow foi amplamente destacado pela imprensa, com reportagem em CNN, Guardian, POLITICO, NY Times, Reuters e Wall Street Journal. Já Associated Press abordou a campanha de influencers no TikTok para pressionar o governo norte-americano contra o empreendimento.
ClimaInfo, 13 de março de 2023.
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