Bancos investiram mais de US$ 670 bi na indústria fóssil em 2022

Bancos investimentos fósseis
Divulgação Banking on Climate Chaos

Um levantamento feito por um grupo de organizações da sociedade civil mostrou que os maiores bancos do planeta destinaram US$ 673 bilhões (cerca de R$ 3 trilhões) para a indústria de combustíveis fósseis somente no ano passado, na contramão dos objetivos globais de redução das emissões sob o Acordo de Paris.

Desde a assinatura do acordo, em 2015, os 60 principais bancos do mundo já destinaram US$ 5,5 trilhões (pouco mais de R$ 27 trilhões) para a indústria fóssil. Historicamente, o maior investidor é o norte-americano JP Morgan Chase, seguido pelos concorrentes Citi, Wells Fargo e Bank of America. Mas a mais recente edição do relatório Banking on Climate Chaos mostrou uma mudança na liderança dos bancos que mais investem na indústria fóssil: pela primeira vez desde 2019, JP Morgan Chase deixou de encabeçar essa lista, perdendo o lugar para o Royal Bank of Canada. Em 2022, o banco canadense destinou US$ 42,1 bilhões em projetos de combustíveis fósseis, incluindo US$ 4,8 bi para a exploração petroleira em areias betuminosas e US$ 7,4 bi para o fracking.

Os investimentos bancários na energia fóssil chamam a atenção não só pelos valores envolvidos, mas também pelas circunstâncias de mercado. Afinal, o ano de 2022 entrou para a história como um dos mais positivos para a indústria de combustíveis fósseis, com lucros bilionários impulsionados pela alta do preço do petróleo e do gás fóssil.

“Os bancos fizeram uma aposta irresponsável com nosso clima quase dobrando seu financiamento para infraestrutura de gás fóssil/GNL no ano passado”, destacou Maaike Beenes, do BankTrack e coautora do estudo. “Precisamos que os bancos parem de financiar a expansão dos combustíveis fósseis e aumentem rapidamente seu financiamento para energia renovável mais barata”.

Euronews, Financial Times, ((o)) eco e Quartz repercutiram a análise.

ClimaInfo, 18 de abril de 2023.

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