Produção de petróleo e gás da Petrobras cai 4,2% no 1º trimestre de 2023

Petrobras produção
Geraldo Falcão/ Agência Petrobras

A Petrobras registrou queda na sua produção de petróleo e gás fóssil e também nas vendas de seus principais produtos no primeiro trimestre, em comparação com igual período de 2022, segundo o relatório de produção e vendas da companhia, divulgado na quarta (3/5). Os principais números da petroleira de janeiro a março também ficaram abaixo dos registrados nos últimos três meses do ano passado.

O volume médio de óleo e líquido de gás natural (LGN) extraído no Brasil foi de 2,141 milhões de barris por dia (bpd), 4% abaixo do registrado de janeiro a março de 2022 e 1,4% maior que no quarto trimestre. No gás fóssil, a produção média foi de 499 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boepd) – queda de 5,1% e 0,2% ante o primeiro e o último trimestres de 2022, respectivamente.

No somatório de óleo e gás, a estatal produziu 2,640 milhões de boepd de janeiro a março, 4,2% menos que no primeiro trimestre de 2022, mas 1,1% mais que no quarto trimestre, relata o Valor.

O petróleo do pré-sal representou quase 80% da produção da petroleira no trimestre passado. O volume médio produzido nessa região foi de 1,702 milhão de bpd, com aumento de 1,2% na comparação anual. Já a produção no pós-sal em águas profundas e ultraprofundas despencou 18%, para 383 mil bpd.

Outro dado divulgado na quarta, mas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), foi que as reservas provadas de petróleo no Brasil subiram 12,2% no ano passado ante 2021. Em 31 de dezembro de 2022, essas reservas eram de 14,9 bilhões de barris – o maior patamar desde 2014, de acordo com a epbr. UOL, Bloomberg Línea e InfoMoney, entre outros veículos, também noticiaram a queda na produção da Petrobras.

Os números são divulgados num contexto de discussões sobre a exploração na Foz do Amazonas, ou da formação de um “ecossistema de energia” na região da margem equatorial, que inclui a foz, como quer “pintar” a empresa. Em entrevista à epbr, o diretor de Exploração e Produção (E&P) da Petrobras, Joelson Falcão, negou pressão sobre o IBAMA para liberar a licença de perfuração de um poço no bloco FZA-M-59, na região – o que não foi recomendado por técnicos do órgão ambiental.

Falcão afirmou ainda que não vê necessidade de uma Avaliação Ambiental Estratégica (AAE), como vem sendo discutido pela área ambiental do governo federal e pedido por especialistas e ambientalistas, antes da perfuração do primeiro poço na foz. Segundo ele, estudos mais complexos seriam necessários apenas se a exploração tiver sucesso – quando é justamente o contrário.

Pelo visto, enquanto os números de produção bailam, dançam as intenções faladas de transicionar a Petrobras para uma economia de baixo carbono.

ClimaInfo, 5 de maio de 2023.

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