O número até assusta: somente no Golfo do México, uma das áreas offshore mais exploradas pela indústria petroleira em todo o mundo, existem cerca de 14 mil poços inativos, mas sem qualquer selamento. O problema é que poços não-selados representam uma ameaça permanente ao meio ambiente marinho, já que existe o risco de que petróleo ou outras substâncias tóxicas vazem para o mar, contaminando-o. O dado é de uma nova pesquisa publicada nesta semana na revista Nature Energy.
O estudo foi conduzido por pesquisadores das universidades da Califórnia em Davis e do Estado da Louisiana, nos EUA. O número assinalado considera apenas os poços em águas sob soberania norte-americana, o que significa que ele pode ser ainda maior. Os autores também estimaram que o selamento desses poços abandonados custaria mais de US$ 30 bilhões.
Teoricamente, ao menos nos EUA, as empresas responsáveis pela exploração de petróleo devem selá-los ao final de sua vida útil, ainda que essa regra não seja a mesma de estado para estado. Na prática, porém, muitas empresas optam por manter os poços desobstruídos na esperança de recomissioná-los mais tarde. Algumas simplesmente abandonam o poço, deixando-o “órfão” e empurrando a responsabilidade para o poder público.
Décadas e décadas de exploração petrolífera no Golfo do México deixaram milhares de poços abandonados e sem qualquer tipo de selamento, mais numerosos do que os poços atualmente ativos: três em cada cinco poços já perfurados nos EUA estão inativos mas apenas 1/3 foi permanentemente obstruído depois de esgotar sua produção.
ABC News, Bloomberg, New Scientist e NY Times, entre outros, repercutiram os principais pontos do estudo.
ClimaInfo, 9 de maio de 2023.
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