Microsoft faz aposta bilionária (e arriscada) na fusão nuclear

Microsoft fusão nuclear
Helion Energy/Handout via REUTERS

Daqui a cinco anos, a Microsoft espera abastecer parte de sua necessidade elétrica com energia oriunda da ainda incerta fusão nuclear. Para isso, a gigante da tecnologia firmou um contrato de compra de energia elétrica com a startup de fusão Helion Energy.

A Helion tem planos de colocar sua primeira usina de fusão nuclear em operação até 2028. A planta deverá gerar 50 megawatts ou mais de energia, segundo os planos da empresa. O pico da produção elétrica deverá ocorrer, de acordo com a Helion, após um período de aceleração de um ano, relata a Reuters.

O acordo visa a ajudar a Microsoft a atingir sua meta de ser negativa em carbono até 2030. Entretanto, a energia a fusão nuclear contratada representa menos de 1% do portfólio total de contratos de compra de energia livre de carbono fechado pela companhia, atualmente de 13,5 gigawatts, segundo a Bloomberg.

Já a Helion está construindo seu sétimo protótipo funcional e espera demonstrar a capacidade de produzir eletricidade em 2024. A empresa informou que, pelo acordo com a Microsoft, será penalizada se não puder fornecer a energia de emissão-zero prometida. Contudo, recusou-se a especificar quais seriam essas penalidades ou a compartilhar uma cópia do acordo, informa o Washington Post.

O fato é que, até o momento, nenhuma empresa conseguiu energia de fusão comercialmente viável. O laboratório do governo dos Estados Unidos que fez a maior descoberta de fusão nuclear no final do ano passado não conseguiu replicar seus resultados em cinco experimentos subsequentes. E especialistas desconfiam do tempo previsto pela Helion para viabilizar a tecnologia.

Além disso, as reações de fusão já obtidas foram momentâneas, e elas gastam muito mais energia do que geram. Mas, ainda assim, as empresas levantaram cerca de US$ 5 bilhões em financiamento privado na busca para obter ganho líquido de energia.

O vice-chair e presidente da Microsoft, Brad Smith, disse que a empresa está “otimista de que a energia de fusão pode ser uma tecnologia importante para ajudar a transição mundial para a energia limpa”.

A fusão não é a única tecnologia não comprovada na qual a Microsoft aposta. A empresa também aplicou recursos na remoção de dióxido de carbono. É outra tecnologia que exige um investimento inicial pesado.

Axios, CNBC, Wall Street Journal e The Verge destacaram a aposta da Microsoft na fusão nuclear.

ClimaInfo, 11 de maio de 2023.

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