O longo, longuíssimo caminho da fusão nuclear para gerar energia

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Philip Saltonstall/Lawrence Livermore National Laboratory/Handout via REUTERS

Como antecipado pela imprensa no começo da semana, o governo dos Estados Unidos confirmou na última 3ª feira (13/12) que cientistas do país conseguiram realizar com sucesso uma reação de fusão nuclear. O feito foi celebrado pela secretária de energia dos EUA, Jennifer Granholm, como uma “conquista histórica”.

De fato, o experimento realizado em um laboratório governamental na Califórnia é o primeiro avanço real naquilo que muitos enxergam como “a energia do futuro”; mas o caminho para que a fusão nuclear seja uma fonte de energia efetiva para a humanidade é longo – bem longo.

No anúncio, o governo norte-americano deixou claro que enxerga a possibilidade de que essa tecnologia possa ser utilizada para a geração de energia em grande escala dentro de dez anos. Este otimismo não é compartilhado pela diretora do laboratório responsável pelo experimento. 

“Existem obstáculos muito significativos, não apenas na ciência, mas na tecnologia. Algumas décadas de pesquisa sobre as tecnologias subjacentes podem nos colocar em posição de construir uma usina de energia”, disse Kim Budil, do Lawrence Livermore National Laboratory, citada pela Bloomberg.

Associated Press, NY Times e Reuters abordaram como a fusão nuclear pode colaborar com os esforços globais para zerar as emissões de carbono associadas à geração de energia. Sim, se a tecnologia se mostrar viável, a fusão nuclear poderá abrir um universo de possibilidades energéticas dignas de ficção científica e ajudar a limpar a matriz energética global.

Porém, é bom ressaltar, que não temos as décadas para que essa tecnologia se viabilize e ajude a combater a mudança do clima. Ou seja, seguimos precisando cortar significativamente nossas emissões de gases de efeito estufa, inclusive no setor energético, para evitar o pior da crise climática.

 

ClimaInfo, 15 de dezembro de 2022.

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