A Agência Internacional de Energia (IEA) divulgou nesta 3ª feira (16/5) novas projeções sobre os preços internacionais do petróleo em 2023, considerando novos fatores que podem puxar as cifras para cima nos próximos meses. O principal deles é a retomada da demanda na China, que pode ficar em um patamar acima do esperado até agora.
De acordo com a IEA, a demanda mundial de petróleo deve aumentar em 2,2 milhões de barris diários em 2023, cerca de 200 mil barris acima do previsto anteriormente, elevando o consumo global para 102 milhões de barris por dia, número recorde. A recuperação da demanda na China chama a atenção, com o consumo diário de petróleo de 16 milhões de barris no mês de março.
Outra informação importante é a diferença no comportamento de consumo entre países ricos e pobres. Enquanto a demanda nas economias que fazem parte da OCDE deve aumentar, em média, 350 mil barris diários no 2º trimestre de 2023, as nações fora da OCDE devem ter um aumento de demanda muito superior, na casa dos 1,9 milhões de barris por dia.
A alta na demanda contrasta com movimentos recentes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) para reduzir a produção nos próximos meses. Para a IEA, isso significa que a pressão sobre os preços internacionais do petróleo deve subir no 2º semestre, o que pode puxar novamente o valor do barril para acima dos US$ 100. “Com a oferta mundial de petróleo caindo ainda mais este mês, com a entrada em vigor dos novos cortes da OPEP+, os estoques globais de petróleo podem ficar sob pressão”, observou a IEA.
O relatório também destacou o aumento da produção e da comercialização de petróleo de origem russa. A despeito das sanções internacionais impostas por conta da invasão da Ucrânia por forças de Moscou, as exportações russas de petróleo bruto e refinado cresceram 8,3 milhões de barris diários em abril. Os embarques de petróleo bruto aumentaram em 250 mil barris por dia, compensando uma queda nas exportações do produto de 200 mil barris diários. As receitas estimadas das exportações russas de petróleo aumentaram em US$ 1,7 bilhão, para US$ 15 bilhões.
Os dados da IEA foram destacados por diversos veículos, como Bloomberg, CNBC, Financial Times, Reuters, Valor e Wall Street Journal.
ClimaInfo, 17 de maio de 2023.
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