Mais da metade dos maiores lagos e reservatórios de água do mundo estão secando, indica pesquisa

lagos secos
Martín Silva/AFP

Mais de 50% dos maiores lagos do mundo estão perdendo água, apontou um estudo publicado na última 5ª feira (18/5) na revista Science. O déficit hídrico é surpreendente: a média de perda d’água desde o início dos anos 1990 está em 21,5 trilhões de litros por ano. Entre os principais fatores por trás desse processo, estão a mudança do clima e o desvio de água desses corpos hídricos para atividades humanas como irrigação agrícola.

Os autores do estudo, da Universidade de Colorado Boulder (EUA), utilizaram mais de 250 mil imagens de satélite capturadas entre 1992 e 2020 para pesquisar a área de 1.972 dos maiores lagos da Terra. O estudo também coletou os níveis de água de nove altímetros de satélite e utilizaram níveis de longo prazo para reduzir incertezas.

Desse total, 53% dos principais lagos do mundo registraram declínio no armazenamento de água. Quase dois terços dos grandes reservatórios sofreram perdas significativas no período. Entre os grandes lagos com maiores perdas, estão o Mar Cáspio, o Mar de Aral, o Mar de Salton, além do lagos Good, Zareh e Chiquita.

Para explicar as tendências em lagos naturais, os pesquisadores aproveitaram avanços recentes no uso da água e modelagem climática. A mudança climática e o consumo humano estão por trás do declínio líquido global no volume de lagos naturais e as perdas de água em cerca de 100 grandes lagos. Lagos em áreas secas e úmidas do mundo estão perdendo volume, e as perdas em lagos tropicais úmidos e lagos árticos indicam tendências de secagem mais amplas do que se pensava anteriormente.

Na outra ponta, 24% tiveram aumentos significativos no armazenamento hídrico; esses lagos em crescimento tendem a se localizar em áreas subpovoadas no interior do planalto do Tibete, na Ásia Central, e nas grandes planícies do norte da América do Norte, além dos reservatórios recentes criados por usinas hidrelétricas nos rios Yangtze, Mekong e Nilo.

AFP, Associated Press, CNN, Inside Climate News, NPR, The Hill e Washington Post deram mais informações. Na imprensa brasileira, Folha e g1 também abordaram o estudo.

ClimaInfo, 24 de maio de 2023.

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