Assédio a mulheres vira problema em negociações climáticas da ONU

COPs sexismo
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Depois de mais uma rodada conflituosa de negociações, a Convenção Clima da ONU (UNFCCC) finalmente mirou num problema antigo nesse ambiente, mas que se tornou bastante desagradável na última COP27: a intimidação e o assédio às mulheres.

A delegação do México aproveitou a 58ª sessão dos órgãos subsidiários da UNFCCC (SB58), finalizada na semana passada, para destacar o problema e cobrar o Secretariado da Convenção e os organizadores da COP28 dos Emirados Árabes Unidos. A diplomata mexicana Camila Zepeda, que chefiou a delegação do país em Bonn, reconheceu que ela foi “uma das várias que sofreram uma experiência bastante difícil na COP27”, realizada em Sharm el-Sheikh, no Egito.

“Fizemos denúncias oficiais de todas estas situações que estavam a acontecer e não fomos atendidas”, reclamou Zepeda, sem detalhar os episódios. De acordo com o Climate Home, a diplomata também acusou representantes dos Estados Unidos e da União Europeia por não terem pressionado o governo egípcio e o secretariado da UNFCCC depois de serem informados sobre a questão.

O caso de Zepeda não foi o único. A jornalista argentina Tais Gadea Lara também afirmou ter experimentado situações difíceis em Sharm el-Sheikh, especialmente com a equipe de segurança da COP27. Em um episódio, ela afirmou que seguranças egípcios a cercaram enquanto tentava gravar um vídeo dentro do espaço oficial da Conferência, inclusive desligando a iluminação utilizada na gravação.Na plenária final da SB58, o secretário-executivo da UNFCCC, Simon Stiell, condenou os episódios de assédio e intimidação contra mulheres nas negociações climáticas. “Assédio, seja na forma de sexismo, bullying ou assédio sexual, é inaceitável”, disse.

ClimaInfo, 19 de junho de 2023.

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