Falta de recursos compromete ação imediata para reduzir emissões de metano

emissões de metano
catf.us

Um levantamento da Clean Air Task Force (CATF) sobre a destinação de recursos ao redor do mundo para reduzir as emissões de metano, um dos gases de efeito estufa mais poderosos, mostra que os gastos atuais representam uma fração muito pequena, de quase 10%, dos cerca de US$ 119 bilhões necessários para limitar as emissões de metano nos setores de agricultura, energia e resíduos para manter o aumento da temperatura global abaixo de 2oC. O financiamento para redução do metano representou menos de 2% do financiamento climático internacional em 2019 e 2020.

“Existe uma incompatibilidade fundamental entre a importância de reduzir as emissões de metano e o financiamento disponível para fazê-lo neste momento”, destacou Jonathan Banks, da CATF. “Reduzir rapidamente as emissões de metano é necessário para manter as metas climáticas globais dentro do alcance, e é a melhor maneira dos financiadores climáticos maximizarem o retorno de seus investimentos em termos de graus de aquecimento evitados nos próximos 20 anos. No entanto, os níveis atuais de financiamento internacional para a mitigação do metano estão muito aquém do que precisamos”.

O relatório da CATF identificou barreiras ao financiamento para demanda e oferta. Pelo lado da demanda, destacam-se problemas como a dificuldade dos governos em traduzir as metas de redução de metano em projetos que possam atrair financiamento público e privado, a falta de capacidade nacional e subnacional para estruturar projetos de qualidade e a escassez de propostas específicas para o metano. Já pelo lado da oferta, encontram-se problemas como a falta de interesse de doadores em financiar a mitigação do metano, a falta de “champions” nesse assunto dentro dos bancos de desenvolvimento, e o foco insuficiente na redução de metano como um resultado desejado em projetos existentes para agricultura e resíduos.

A Bloomberg deu mais informações sobre a análise.

Em tempo: Um relatório divulgado nesta semana pela Agência Internacional de Energia fez a conta. Se a indústria de petróleo e gás gastasse US$ 75 bilhões, montante que equivale a apenas 2% de sua receita líquida em 2022, para conter as emissões de metano até 2030, isso manteria o setor no caminho para atingir a neutralidade líquida até meados deste século. “A redução do metano na indústria de combustíveis fósseis é uma das opções mais baratas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa em qualquer parte da economia”, sugeriu o documento. A notícia é da Bloomberg.

ClimaInfo, 3 de julho de 2023.

Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo.