Lula assume presidência do Mercosul com desafio de destravar acordo com União Europeia

Lula preside Mercosul
Isac Nobrega / Palacio Planalto / dpa / picture alliance

Lula assume nesta 3ª feira (4/7) a presidência rotativa do Mercosul com um rosário de questões a serem resolvidas nos próximos seis meses. Uma delas, talvez uma das mais difíceis, é a tramitação do acordo comercial com a União Europeia, travada desde a sua assinatura em 2019 por conta da oposição de alguns países europeus.

Desde que reassumiu o governo brasileiro, em janeiro passado, Lula vem tentando costurar uma solução diplomática para o imbróglio. Agora, no comando formal do Mercosul, o presidente quer aproveitar o momento para realinhar os interesses do bloco e responder à proposta da UE para compromissos ambientais adicionais ao acordo, vista pelo Palácio do Planalto como abusiva.

Como a Folha explicou, uma das broncas do governo brasileiro com a proposta de side letter apresentada pela UE é a obrigatoriedade de alguns compromissos ambientais antes voluntários para os países do Mercosul. Uma delas, por exemplo, seria a aplicação de sanções pelos europeus no caso de descumprimento das metas de mitigação apresentadas pelas nações do Mercosul ao Acordo de Paris. Isso motivou críticas públicas de Lula aos países europeus, classificando a proposta como “ameaças” aos interesses comerciais do bloco sul-americano.

Não se espera, no entanto, que a cúpula desta semana em Buenos Aires produza uma resposta formal do Mercosul à UE. “O governo brasileiro está terminando sua avaliação de pontos específicos dos textos herdados de 2019 e do documento adicional, traduzindo as instruções do presidente Lula, para um documento que será apresentado primeiro aos parceiros do Mercosul e, depois, à UE”, explicou o embaixador Maurício Lyrio, secretário de assuntos econômicos e financeiros do Itamaraty, ao Estadão.

O comando do Mercosul é apenas um dos momentos-chave da agenda da diplomacia brasileira para os próximos meses e anos. O g1 lembrou que o país deve assumir em 2024 a presidência do G20, grupo das 20 maiores economias do mundo, e do BRICS, que reúne países emergentes. Isso sem falar, claro, na realização da COP30 em Belém do Pará, programada para o final de 2025, com o Brasil servindo também como líder das negociações climáticas da ONU no ano seguinte.

CNN Brasil, Deutsche Welle, O Globo e Poder360, entre outros, abordaram a chegada de Lula à presidência rotativa do Mercosul e seus desafios.

ClimaInfo, 4 de julho de 2023.

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