Agência da ONU confirma volta do El Niño e alerta para impactos globais sobre o clima

El Niño 2023 global
El Niño 2016, EUA Nick Ut/AP

A Organização Meteorológica Mundial (WMO) confirmou nesta 3ª feira (4/7) que o Pacífico central já está sob as condições climáticas do El Niño, o que pode persistir nos próximos meses. De acordo com a entidade, as chances do El Niño continuar ao longo do 2º semestre de 2023 são de 90%.

O fenômeno El Niño é caracterizado pelo aquecimento das águas da porção tropical do Oceano Pacífico, o que acarreta uma série de efeitos climáticos ao redor do mundo. Em geral, observa-se uma elevação da temperatura média global nos anos em que o El Niño ocorre, o que intensifica as mudanças climáticas no curto prazo em diversas regiões do globo.

“O início do El Niño aumentará muito a probabilidade de quebrar recordes de temperatura e provocar mais calor extremo em terra e mar”, observou o secretário-geral da WMO, Petteri Taalas, que também alertou para a necessidade dos países se prepararem para as consequências imediatas do El Niño. “Avisos precoces e ações antecipadas de eventos climáticos extremos associados a esse grande fenômeno são vitais para salvar vidas e meios de subsistência”.

Em maio passado, a WMO já tinha alertado para o risco significativo de que, impulsionado pelo El Niño, a média da temperatura global nos próximos cinco anos fique próxima do limite de 1,5oC de aquecimento em relação aos níveis pré-industriais, com chance de superá-lo em pelo menos um ano.

“Isso não quer dizer que nos próximos cinco anos excederemos o nível de 1,5oC especificado no Acordo de Paris, porque esse acordo se refere ao aquecimento de longo prazo. No entanto, é mais um alerta, ou um alerta precoce, de que ainda não estamos indo na direção certa para limitar o aquecimento dentro das metas estabelecidas em Paris em 2015”, explicou Chris Hewitt, diretor de serviços climáticos da WMO. AFP, CNBC, Forbes, Guardian e Reuters, entre outros, repercutiram a informação.Enquanto isso, o Centro Nacional de Previsão Ambiental dos Estados Unidos afirmou que a última 2ª feira (3/7) foi o dia mais quente já registrado em todo o mundo. Segundo o órgão, a temperatura média global atingiu 17,01oC anteontem, acima do recorde anterior, de agosto de 2016 (16,92oC). Curiosamente, naquele ano, registrou-se um El Niño significativamente mais forte que o normal, o que contribuiu para que 2016 se firmasse como o ano mais quente já observado desde o começo dos registros históricos. A notícia é do g1 e Reuters.

ClimaInfo, 5 de julho de 2023.

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