Os cerca de 5 milhões de habitantes dos 34 municípios que integram a Região Metropolitana de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, respiram um ar com carga de poluentes acima do considerado tolerável pela Organização Mundial da Saúde (OMS) há duas décadas. E as emissões são oriundas majoritariamente das indústrias do setor de siderurgia e mineração, além do refino de petróleo.
Os dados são de um levantamento feito pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), que computou dados de 2000 a 2021 – os de 2022 não entraram por não estarem disponíveis até a conclusão do relatório, explica a Folha. A coleta foi feita em 22 estações mantidas por empresas com potencial poluidor, como manda a legislação ambiental. As firmas também têm de incluir esses dados em um sistema de acompanhamento, que foi acessado pela ONG.
Em 2021, a maior carga de poluentes na região, de 21 microgramas por m3, foi registrada na estação de monitoramento de Betim – onde está localizada a Refinaria Gabriel Passos (Regap), da Petrobras. O valor é mais de quatro vezes o limite tolerável determinado pela OMS, de 5 microgramas por m3.
De acordo com o estudo, todas as médias anuais de concentração de material particulado inalável (MP10) e material particulado fino (MP2,5) entre 2000 e 2021 ficaram acima do recomendado pelas diretrizes de qualidade do ar do órgão de saúde, destaca a epbr.
Diferente de São Paulo, onde a maior parte da poluição do ar vem da queima de combustíveis fósseis no trânsito, na Grande BH a culpa é da atividade industrial dos municípios. Refino de petróleo, plantas siderúrgicas e mineração têm potencial significativo de gerar altas concentrações de poluentes atmosféricos, observa o IEMA.
“É alarmante que as concentrações de poluentes na região metropolitana de Belo Horizonte estejam tão elevadas e por tanto tempo, sem indicação de melhora ao longo de duas décadas”, comenta David Tsai, gerente de projetos do IEMA e um dos autores do estudo.
Estado de Minas e Rádio Itatiaia também noticiaram a poluição do ar em BH.
ClimaInfo, 6 de julho de 2023.
Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo.
