Busca da China por minerais essenciais para transição energética alimenta violações de Direitos Humanos

China Direitos Humanos
Costfoto / NurPhoto

A China despontou na dianteira da transição energética global nos últimos anos em grande parte por sua capacidade de garantir estoques de matérias-primas essenciais para a fabricação de equipamentos como baterias elétricas, painéis fotovoltaicos e turbinas eólicas. No entanto, de acordo com um levantamento divulgado recentemente, tudo isso teve um alto custo em termos de violações de Direitos Humanos.

O relatório do Business and Human Rights Center, do Reino Unido, identificou 102 alegações de abusos aos Direitos Humanos entre janeiro de 2021 e dezembro de 2022 relacionados às operações de empresas chinesas, especialmente de mineração, em países tanto na África, quanto Ásia e América Latina. A maior parte dos casos levantados (69) envolvem abusos contra comunidades locais, principalmente relacionados a impactos nos meios de subsistência, Direitos dos Povos Indígenas e falta de consulta pública prévia consentida.

Mais da metade (54) das alegações também está relacionada com impactos ambientais negativos da operação mineradora, como poluição da água, perda de biodiversidade e redução do habitat natural. Outra parcela significativa dos casos (35) diz respeito também a violações aos direitos dos trabalhadores, como risco à saúde e segurança no local de trabalho.

“Na próxima década, a China deverá desempenhar um papel central na transição global para a energia limpa. Isso exigirá investimentos estrangeiros significativos na exploração de minerais, dando à China uma importante responsabilidade de garantir que a transição energética não seja apenas rápida, mas também justa para os trabalhadores e as comunidades mais diretamente afetadas pelos investimentos chineses no exterior”, destacou a análise.

Associated Press e Guardian destacaram os principais pontos do relatório.

ClimaInfo, 14 de julho de 2023.

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