Canadá, Índia, China, Afeganistão, Paquistão e Itália sofrem com tempestades

Halifax tempestade
@HalifaxSAR

Além do calor, fortes chuvas também vêm causando destruição e morte em vários países do Hemisfério Norte. Na costa leste do Canadá, tempestades equivalentes a 3 meses de precipitação inundaram a província da Nova Escócia, forçando evacuações. Toda a província entrou em estado de emergência, informa a CNN. Equipes de resgate também procuram duas crianças desaparecidas após as enchentes.

As crianças estavam em um veículo que ficou submerso em West Hants, uma das cidades da Nova Escócia. Três outras pessoas que estavam no carro conseguiram escapar. BBC, Reuters e CBC também destacaram as fortes chuvas na região.

Na Índia, a chuva das monções vem causando estragos em vários estados, incluindo Delhi, Maharashtra, Gujarat e Uttarakhand. No domingo (23/7), o Departamento Meteorológico da Índia emitiu um alerta laranja em oito distritos de Himachal Pradesh. Deli foi colocada em alerta máximo novamente após uma descarga da barragem de Hathnikund em Haryana, que pode aumentar os níveis de água do rio Yamuna. A agência também previu fortes chuvas em partes de Uttarakhand, Gujarat e mais chuvas para Mumbai, detalham CNBC e Mint.

Na China, cinco pessoas morreram e outras duas estavam desaparecidas após inundações causadas por fortes chuvas varrerem a vila no distrito de Fuyang, na cidade de Hangzhou, no leste do país. Todos os anos, inundações sazonais atingem grandes partes da China, mas algumas regiões do norte relataram este ano as piores inundações em 50 anos, destaca o Outlook India.

Mortes provocadas pelas chuvas também foram registradas no Afeganistão e no Paquistão, segundo a AP. Grandes inundações no Afeganistão mataram pelo menos 31 pessoas e deixaram dezenas de desaparecidos nos últimos três dias, enquanto no vizinho Paquistão 13 pessoas morreram devido às chuvas e deslizamentos de terra.

Na Itália, o Sul sofre com o calor extremo, enquanto o Norte foi atingido por fortes chuvas nos últimos dias, informam Euronews e Sky. Uma tempestade de granizo extraordinária em Seregna, cidade perto de Milão, feriu mais de 100 pessoas. As chuvas torrenciais trouxeram ventos fortes, granizo e inundações repentinas. Uma intensa tempestade de granizo atingiu Veneza na 4ª feira (19/7).

A Reuters relata a experiência do agricultor italiano Andrea Ferrini, que enfrentou geada, inundações, calor e granizo em ano que a agência chama de “épico”, por causa das mudanças climáticas. Primeiro, suas colheitas de frutas e milho no norte do país murcharam com uma forte geada; depois foram atingidas por chuvas torrenciais e inundações recordes; seguidas por uma onda de calor excepcional; e, finalmente, tempestades de granizo.

“Certamente foi um ano desastroso. Ganhar dinheiro com minha fazenda está se tornando difícil com este clima em mudança. Até o planejamento para os anos futuros está se tornando realmente desafiador”, disse Ferrini.Em tempo: Cinco anos e 364 dias. Esse é o prazo-limite para que sejam adotados cortes substanciais de emissões de gases estufa para evitar os piores cenários das mudanças climáticas, aponta o Relógio do Clima. A iniciativa ocorreu pela primeira vez no Brasil, quando no sábado (22/7) o relógio foi projetado no Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, relata a Folha. “Esse é o limiar crítico, o ponto além do qual as consequências serão catastróficas para a natureza e a humanidade”, explica Natalie Unterstell, presidente Instituto Talanoa, que encabeça a campanha no Brasil. Os dados que embasam o prazo são produzidos pelo Instituto Mercator de Pesquisa em Bens Comuns Globais e Mudanças Climáticas. A taxa média anual de 42,2 bilhões de toneladas de emissões de carbono é a base usada para calcular o tempo restante no relógio. Mas, se as emissões seguirem crescendo, o “orçamento de carbono” disponível vai esgotar ainda mais rápido.

ClimaInfo, 24 de julho de 2023.

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