Relatório faz balanço de seis meses de ação governamental na Terra Yanomami

Crise Yanomami relatório
Instituto Socioambiental

Apesar da presença do poder público na Terra Yanomami, em Roraima, as comunidades indígenas continuam apreensivas com as ameaças do garimpo ilegal dentro do território.

O alerta é de representantes Yanomami e Ye’kwana, que divulgaram nesta 4ª feira (02/8) um relatório que faz o balanço dos seis meses de ação do governo federal para enfrentamento da crise humanitária e securitária na reserva.

O título do relatório, “Nós ainda estamos sofrendo”, sintetiza o quadro geral na Terra Yanomami depois de seis meses. O documento reconhece “importantes avanços”, especialmente no atendimento às necessidades de alimentação e saúde das comunidades indígenas e na retirada da maior parte dos cerca de 20 mil garimpeiros ilegais que atuavam no território. Entretanto, ele também alerta para um sentimento geral de insegurança, já que ainda persistem bolsões de presença garimpeira, com episódios de violência contra os indígenas.

O relatório também faz uma análise crítica sobre a estratégia utilizada pelo governo para retirada dos garimpeiros, em especial a restrição do espaço aéreo sobre a Terra Yanomami. O Ministério da Defesa e a Aeronáutica ensaiaram idas e vindas na imposição de uma restrição total, o que só aconteceu no final de abril. Nesse interím, os garimpeiros aproveitaram para manter suas operações criminosas no território, inclusive prostituição infantil.

“Embora as ações de Proteção Territorial iniciadas em fevereiro de 2023, baseadas sobretudo na estratégia de ‘estrangulamento logístico’, tenham produzido importantes avanços no combate ao garimpo ilegal na TIY, alguns pontos, como a flexibilização do controle aéreo por dois meses, a limitação dos esforços de controle territorial a somente duas bases de proteção, e a participação limitada das forças armadas, não possibilitaram o real controle da atividade, que ainda persiste em alguns núcleos de resistência na TI”, destacou o relatório.

Agência Pública, Amazônia Real, Folha e g1, entre outros, repercutiram o balanço das operações federais na Terra Yanomami.

Em tempo: O Palácio do Planalto editou uma nova Medida Provisória (MP) para abrir crédito extraordinário de R$ 140,2 milhões para o Ministério da Defesa, com o objetivo de reforçar ações emergenciais em Terras Indígenas. Desde o mês passado, o governo federal redefiniu o papel dos militares no combate ao garimpo e outras ilegalidades nos territórios indígenas: ao invés de se limitar ao apoio logístico a outros órgãos federais, as forças armadas passaram a atuar diretamente em operações de fiscalização. A notícia é da Agência Brasil e Folha.

ClimaInfo, 3 de agosto de 2023.

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