Agronegócio aumenta pressão sobre a Floresta Amazônica, aponta IIF

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Marizilda Cruppe / Greenpeace

O agronegócio continua crescendo e alavancando a balança comercial e o PIB brasileiro. Mas esse desempenho também amplia o risco de desmatamento da Floresta Amazônica.

A análise é dos economistas Martín Castellano e María Paola Figueroa, do Instituto de Finanças Internacionais (IIF). Em relatório, eles lembram que o superávit comercial do Brasil disparou recentemente, passando de uma média de 1,2% do PIB na década de 2010 para mais de 3% em 2023, fortalecendo a posição do Brasil como principal fornecedor global de commodities.

Por outro lado, Castellano e Figueroa lembram que, como a área para a agricultura continua se expandindo, a pressão sobre o bioma amazônico também aumenta. Dado o ritmo do desmatamento na região – e o compromisso do governo brasileiro de zerá-lo até 2030 –, a questão-chave, questionam os economistas, é se esse desenvolvimento do agronegócio pode continuar sendo sustentado, relata o Valor.

O agronegócio brasileiro – ou melhor, a parcela do setor que ainda adota o velho modelo exploratório, pouco afeito ao meio ambiente – também está temeroso com as regras da União Europeia que proíbem a importação de produtos de áreas desmatadas. Segundo o Valor, produtores alegam não saber como cumprir as exigências europeias, que, para eles, são mais restritivas que a legislação brasileira. Por isso, repetem a velha ladainha de que isso vai “aumentar custos e diminuir a competitividade”.

Em tempo: A Justiça Federal impediu o IBAMA de apreender mais de 500 cabeças de gado na região de Pacajá, no Pará, avaliadas em R$ 2 milhões. Segundo a Folha, a decisão é do desembargador Rafael Paulo Soares Pinto, nomeado para o cargo (surpresa!) pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em junho de 2021. No final de março, o IBAMA notificou uma fazenda por criar gado em uma área embargada por desmatamento ilegal e determinou o manejo dos animais para a parte não embargada da propriedade. Quando voltaram, em 7 de abril, agentes do órgão registraram 510 animais no local proibido. Decidiram aplicar uma multa de R$ 100 mil por dia e pediram para realizar a apreensão dos bichos. Desde então, a operação virou um jogo de idas e vindas na Justiça. Enquanto isso, os bois continuam livres, pastando em área ilegal.

ClimaInfo, 3 de agosto de 2023.

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