Barragem de gelo rompe no Alasca e expõe efeito das mudanças climáticas

8 de agosto de 2023
Alasca derretimento geleira
Reprodução abcnews.com

A Geleira Mendenhall, que funciona como um reservatório, liberou mais água e de forma mais rápida que o habitual, elevando o nível do rio homônimo.

A importante cidade de Juneau, no Alasca, foi inundada no fim de semana após a elevação dos níveis do rio a um grau sem precedentes. A inundação veio de uma bacia lateral da imponente geleira, que atua como uma represa para a chuva e a neve derretida que se acumulam na área durante a primavera e o verão. A água jorrou debaixo da geleira e caiu no lago Mendenhall, de onde desce o rio. 

O rompimento dessas barragens de neve e gelo é um fenômeno chamado jökuhlaup, informa a AP. Segundo pesquisadores, essas inundações glaciais podem ameaçar cerca de 15 milhões de pessoas em todo o mundo. Mais um resultado nefasto das mudanças climáticas. A Reuters lembra que o derretimento glacial causado pelo aquecimento global e chuvas de monção extraordinariamente fortes submergiram grandes áreas do Paquistão no ano passado, matando pelo menos 1.700 pessoas.

A água liberada da bacia Mendenhall vem causando inundações esporádicas na região desde 2011, segundo a ABC. Mas, normalmente, a água é liberada mais lentamente, ao longo de vários dias, segundo o professor de ciências ambientais da Universidade do Sudeste do Alasca, Eran Hood. 

O evento de sábado (5/8), porém, foi surpreendente. A água jorrou tão rapidamente que elevou o fluxo do rio para cerca de 1,5 vezes o seu nível mais alto já registrado – tanto que destruiu os sensores que pesquisadores haviam colocado para estudar o fenômeno da explosão glacial. “Os fluxos estavam muito além do que qualquer coisa no rio poderia suportar”, explicou Hood.

A geleira Mendenhall atrai centenas de milhares de visitantes todos os anos, segundo o Sky News. Mas a imponente formação continua diminuindo à medida que o planeta esquenta. O que preocupa o setor de turismo e os moradores da região, reforça a AP.

“Precisamos pensar em nossas geleiras e na capacidade de vê-las à medida que recuam. As pessoas vêm ao Alasca para ver o que consideram um ambiente intocado, e é nossa responsabilidade preservá-lo para residentes e visitantes”, disse Alexandra Pierce, gerente de turismo de Juneau.

 

ClimaInfo, 9 de agosto de 2023.

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