Iniciativa liderada por BNDES e BID pode render US$ 25 bi para a Amazônia

9 de agosto de 2023
BNDES BID Amazônia
Wikimedia Commons

Uma aliança financeira reúne 19 bancos, incluindo instituições financeiras dos países amazônicos, tem como objetivo articular instrumentos de financiamento para o desenvolvimento sustentável da região.

Uma coalizão inédita de instituições financeiras foi lançada na véspera da Cúpula da Amazônia. Capitaneada pelo BNDES e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a iniciativa, chamada “Coalizão Verde”, é composta pelos 19 bancos e busca articular instrumentos de financiamento sustentáveis no bioma. Segundo o Valor, o volume de recursos ainda será avaliado, mas uma estimativa inicial prevê aportes que podem chegar a US$ 25 bilhões.

A coalizão pretende usar recursos públicos, finitos, e assim alavancar investimentos privados. Os recursos públicos tirariam, por exemplo, os riscos de projetos inovadores. “São finanças híbridas”, explica Natália Dias, diretora de Mercado de Capitais e Finanças Sustentáveis do BNDES. E a ideia é encontrar uma solução regional, e não individualizada em cada país. E oferecer menos burocracia e mais acesso a fundos climáticos, pensando na viabilidade econômica da população local.

Como parte da iniciativa, BNDES e BID lançaram o programa de crédito Pró-Amazônia. Serão US$ 900 milhões (R$ 4,5 bilhões) para micro, pequenas e médias empresas (MPEs) da região amazônica, além de microempreendedores individuais (MEIs). O montante inclui um empréstimo de US$ 750 milhões do BID, com US$ 150 milhões do banco brasileiro, que vai implementar o programa por meio de agentes financeiros credenciados, detalha o Estadão.

Os recursos deverão ser usados por empresas e pequenos empreendedores para modernização, expansão, aquisição de bens e equipamentos e inovação. O financiamento vai incluir incentivos à adoção de práticas sustentáveis, contribuindo para gerar empregos e construir uma economia equilibrada e ambientalmente responsável na Amazônia, segundo a Folha.

Caberá à Comissão de Financiamento Externo (Cofiex), ligada ao Ministério do Planejamento, aprovar a entrada dos recursos do BID no Brasil. Depois, o acordo é encaminhado ao Senado. Por causa desses trâmites, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, acredita que os valores vão começar a ser disponibilizados em outubro, informa o Poder 360.

A “Coalizão Verde” e os recursos do BNDES e do BID para MPEs e MEIs da Amazônia foram noticiados por ((o))eco, Correio Braziliense, UOL, CNN, Metrópoles, g1, Um só planeta, Agência Brasil, Brasil 247, Rádio Nacional e Capital Reset.

Em tempo: Em evento de comemoração aos 15 anos do Fundo Amazônia, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou que a iniciativa trouxe grandes contribuições para a conservação da Amazônia, mas cobrou mais recursos dos países ricos, relata a Agência Brasil. “Os países ricos precisam olhar para a Amazônia com muito mais responsabilidade do que tiveram até agora. Esse exemplo de Noruega e Alemanha [os maiores doadores do fundo] precisava ser seguido por outros países, com recursos mais substantivos, porque o território é gigantesco, é imenso o desafio que temos pela frente”, disse Mercadante.

 

ClimaInfo, 9 de agosto de 2023.

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