Repetição de experimento de fusão nuclear nos EUA gera superávit de energia

9 de agosto de 2023
EUA fusão nuclear
Lawrence Livermore National Laboratory / Shutterstock

Pesquisadores do Lawrence Livermore National Laboratory, na Califórnia, afirmam ter repetido sua façanha energética histórica: uma fusão nuclear que produz mais energia do que consome.

Um grupo de cientistas norte-americanos anunciaram que, pela segunda vez, conseguiram uma fusão nuclear que produz mais energia do que é colocada na reação para que ela aconteça. Mas, desta vez, dizem que o experimento produziu um rendimento energético ainda maior do que o que realizaram em dezembro.

No fim do ano passado, a façanha dos pesquisadores do Lawrence Livermore National Laboratory, na Califórnia, chamou a atenção de toda a comunidade internacional por dar um grande passo em direção ao longo e indescritível objetivo de produzir energia por meio da fusão, ressalta o Washington Post. Agora, a nova experiência bem-sucedida e ainda mais eficiente é outro passo crucial na busca por uma geração quase ilimitada de energia barata e limpa. 

Alguns dos investidores mais ricos do planeta aplicaram seus recursos em startups visando a fusão nuclear, um dos maiores e mais difíceis desafios da ciência. Há muito vista como o prêmio final na busca por energia limpa e abundante, a fusão é o processo que alimenta o Sol, onde uma força gravitacional tremenda comprime os átomos de hidrogênio, transformando pares deste elemento em Hélio. A diferença para menos da massa do hélio gerado em relação à soma das massas dos dois Hidrogênios fundidos é liberada na forma de energia, explica a Bloomberg.

As reações da fusão nuclear não geram subprodutos de resíduos radioativos, como ocorre na fissão, usada em usinas desde os anos 1950, e não liberam gases de efeito estufa. Um único quilo de combustível de fusão, composto de formas pesadas de hidrogênio chamadas deutério e trítio, fornece tanta energia quanto 10 milhões de quilos de combustível fóssil. Mas, lembra o Guardian, levou 70 anos para chegar a esse ponto. E muitos cientistas calculam que ela só será viável em 20 ou 30 anos.

Apesar das aparentes vantagens, a pesquisa da fusão nuclear ainda precisa superar desafios técnicos. Um deles é como desenvolver materiais que possam resistir ao bombardeio de partículas atômicas e a temperatura de milhões de graus dentro de uma máquina. E também não está claro como a energia produzida será aproveitada e convertida em eletricidade.

A nova experiência bem-sucedida de fusão nuclear também foi destaque no Financial Times, France 24, NewScientist, Axios, Independent, Al Jazeera e Times.

 

ClimaInfo, 9 de agosto de 2023.

Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo.

Continue lendo

Assine Nossa Newsletter

Fique por dentro dos muitos assuntos relacionados às mudanças climáticas

Em foco

Aprenda mais sobre

Glossário

Este Glossário Climático foi elaborado para “traduzir” os principais jargões, siglas e termos científicos envolvendo a ciência climática e as questões correlacionadas com as mudanças do clima. O PDF está disponível para download aqui,
1 Aulas — 1h Total
Iniciar