Repetição de experimento de fusão nuclear nos EUA gera superávit de energia

EUA fusão nuclear
Lawrence Livermore National Laboratory / Shutterstock

Pesquisadores do Lawrence Livermore National Laboratory, na Califórnia, afirmam ter repetido sua façanha energética histórica: uma fusão nuclear que produz mais energia do que consome.

Um grupo de cientistas norte-americanos anunciaram que, pela segunda vez, conseguiram uma fusão nuclear que produz mais energia do que é colocada na reação para que ela aconteça. Mas, desta vez, dizem que o experimento produziu um rendimento energético ainda maior do que o que realizaram em dezembro.

No fim do ano passado, a façanha dos pesquisadores do Lawrence Livermore National Laboratory, na Califórnia, chamou a atenção de toda a comunidade internacional por dar um grande passo em direção ao longo e indescritível objetivo de produzir energia por meio da fusão, ressalta o Washington Post. Agora, a nova experiência bem-sucedida e ainda mais eficiente é outro passo crucial na busca por uma geração quase ilimitada de energia barata e limpa. 

Alguns dos investidores mais ricos do planeta aplicaram seus recursos em startups visando a fusão nuclear, um dos maiores e mais difíceis desafios da ciência. Há muito vista como o prêmio final na busca por energia limpa e abundante, a fusão é o processo que alimenta o Sol, onde uma força gravitacional tremenda comprime os átomos de hidrogênio, transformando pares deste elemento em Hélio. A diferença para menos da massa do hélio gerado em relação à soma das massas dos dois Hidrogênios fundidos é liberada na forma de energia, explica a Bloomberg.

As reações da fusão nuclear não geram subprodutos de resíduos radioativos, como ocorre na fissão, usada em usinas desde os anos 1950, e não liberam gases de efeito estufa. Um único quilo de combustível de fusão, composto de formas pesadas de hidrogênio chamadas deutério e trítio, fornece tanta energia quanto 10 milhões de quilos de combustível fóssil. Mas, lembra o Guardian, levou 70 anos para chegar a esse ponto. E muitos cientistas calculam que ela só será viável em 20 ou 30 anos.

Apesar das aparentes vantagens, a pesquisa da fusão nuclear ainda precisa superar desafios técnicos. Um deles é como desenvolver materiais que possam resistir ao bombardeio de partículas atômicas e a temperatura de milhões de graus dentro de uma máquina. E também não está claro como a energia produzida será aproveitada e convertida em eletricidade.

A nova experiência bem-sucedida de fusão nuclear também foi destaque no Financial Times, France 24, NewScientist, Axios, Independent, Al Jazeera e Times.

 

ClimaInfo, 9 de agosto de 2023.

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