O fogo atingiu principalmente a cidade turística de Lahaina, no Havaí, matou pelo menos 93 e fez pessoas se jogarem no mar para se salvarem.
Até o último sábado (12/8), o número oficial de mortos pelos incêndios florestais devastadores na ilha de Maui, no Havaí, havia subido para 93. Os números fazem do incêndio florestal o mais letal nos Estados Unidos em mais de um século.
A escala dos danos ficou mais nítida quatro dias após o incêndio se espalhar rapidamente e atingir a cidade histórica e turística de Lahaina, destruindo prédios e derretendo carros, detalha a Reuters. Moradores evacuados da cidade começaram a voltar a seus bairros devastados no fim de semana, segundo o New York Times.
As causas dos incêndios, que começaram na noite de 3ª feira (8/8), ainda não foram determinadas. No entanto, o Serviço Nacional de Meteorologia emitiu alertas para as ilhas havaianas para ventos fortes e tempo seco – condições propícias para fogo florestal –, explica a Reuters.
Segundo as autoridades havaianas, os ventos do furacão Dora, cujo epicentro esteve a centenas de quilômetros a sudoeste das ilhas havaianas, no Oceano Pacífico, espalharam as chamas por todo o estado. Além de Dora, um sistema de baixa pressão a oeste perto do Japão também está contribuindo para os fortes e sustentados ventos. A vegetação seca também é outro fator que agrava o cenário.
Há, porém, outra causa, muito mais dramática: a crise climática. Como destaca o New York Times, a devastação impressiona pelo lugar onde aconteceu: o Havaí é um estado definido por sua vegetação exuberante, muito longe da paisagem seca normalmente associada a ameaças de incêndio. E a explicação é tão direta quanto preocupante: à medida que o planeta esquenta, nenhum lugar está protegido de desastres.
Enquanto a causa dos incêndios permanece sob investigação, advogados querem examinar as linhas de energia elétrica como uma possível fonte de ignição, relata a Bloomberg. Os advogados de Watts Guerra , Singleton Schreiber e Frantz Law Group estão coletando evidências, entrevistando testemunhas oculares e revisando relatórios que indicam que a infraestrutura de energia danificada da Hawaiian Electric Industries Inc. criou a faísca para as chamas.
A congressista do Havaí , Jill Tokuda, acredita que as autoridades do estado subestimaram a rapidez e a letalidade do incêndio florestal, informa o Guardian. “Não é como se ventos com força de furacão [que alimentaram o fogo] fossem desconhecidos no Havaí. Vimos isso antes no [furacão] Lane [que atingiu o arquipélago em 2018 e também alimentou incêndios devastadores]. Não aprendemos nossa lição, que os incêndios florestais podem surgir como resultado de fortes ventos de furacão abaixo de nós, ao sul.”
Guardian, Bloomberg, AP, Reuters, Washington Post, Wall Street Journal, BBC e Inside Climate News também trataram dos incêndios mortais no Havaí.
ClimaInfo, 14 de agosto de 2023.
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