Fundo Clima ficará com parte da captação de títulos soberanos verdes

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O Tesouro Nacional prevê que o Fundo Clima obterá R$ 10 bilhões com a emissão de títulos públicos sustentáveis no mercado externo, ampliando o aporte.

O governo federal planeja destinar parte dos recursos captados à partir da venda de títulos soberanos no mercado externo ao Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, conhecido como Fundo Clima. De acordo com o Valor, a expectativa é de que o fundo receba cerca de R$ 10 bilhões, que poderão ser utilizados já no ano que vem para financiar projetos climáticos no Brasil.

Esse montante ajudará a destravar o atendimento de parte da demanda de novos projetos por recursos do Fundo Clima na modalidade reembolsável, que é administrada pelo BNDES. Estima-se que o potencial de contratação de financiamento através do Fundo Clima seja de R$ 20,5 bilhões – assim, cerca de 50% da demanda seria atendida com os novos recursos.

O Tesouro Nacional pretende apresentar a proposta dos títulos soberanos verdes do Brasil a investidores internacionais em setembro, de forma a viabilizar a emissão deles até novembro. O governo ainda não revelou quanto pretende arrecadar com a venda desses títulos – os R$ 10 bi do Fundo Clima seriam uma parte do total a ser arrecadado. Além da modalidade reembolsável, o Fundo Clima conta também com operações não reembolsáveis, administradas pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.

Ainda sobre financiamento para ação climática, o Valor também informou que o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF) está negociando o repasse de até US$ 600 milhões (cerca de R$ 2,9 bilhões) ao BNDES e ao Banco do Nordeste para financiar linhas de crédito voltadas a investimentos em plantas industriais de energia verde.

Em tempo: O financiamento climático precisa chegar aos trilhões de dólares para os países viabilizarem a ação climática e a transição para uma economia descarbonizada. O alerta é do presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o brasileiro Ilan Goldfajn. “[Precisamos] ir dos bilhões aos trilhões”, disse à Folha. O ex-presidente do Banco Central também destacou as conversas recentes sobre a ampliação e a diversificação de doadores para o financiamento climático internacional, ressaltando a necessidade de encontrar soluções criativas que permitam mobilizar recursos na magnitude necessária para enfrentar a crise climática.

 

ClimaInfo, 17 de agosto de 2023.

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