Prejuízos segurados por desastres naturais podem superar a marca dos US$ 100 bilhões em 2023

24 de agosto de 2023

No primeiro semestre, Munich Re estimou em US$ 43 bilhões os custos totais globais segurados de catástrofes naturais, enquanto Swiss Re calcula US$ 50 bilhões.

Pelo terceiro ano consecutivo, as reclamações por incidentes relacionados ao clima deverão ultrapassar os US$ 100 bilhões, à medida que inundações, incêndios florestais e outros eventos ligados às mudanças climáticas se tornam mais frequentes.

Um estudo da Bloomberg Intelligence sobre dados de duas das maiores seguradoras do mundo mostra que no 1º semestre a Munich Re estimou os custos totais globais segurados de eventos relacionados a catástrofes da natureza em US$ 43 bilhões. Já a Swiss Re estimou-os em US$ 50 bilhões, relata a Bloomberg. Mais de dois terços das perdas seguradas são resultado de fortes tempestades nos Estados Unidos.

Os números, porém, podem aumentar. Isto porque a temporada de furacões nos EUA perdurará até o final de novembro, e a Swiss Re anunciou no início deste mês que detectou algumas perdas seguradas relacionadas às recentes ondas de calor na Europa e nos EUA que aindas serão contabilizadas nos resultados deste semestre.

De incêndios florestais a inundações, os Estados Unidos estão se recuperando de vários desastres naturais em rápida sucessão, lista a Bloomberg. Chuvas torrenciais remanescentes do furacão Hilary estão inundando partes da Califórnia. Duas tempestades tropicais, um ciclone pós-tropical e duas tempestades potenciais estão alinhadas no Oceano Atlântico. Quase 100 incêndios florestais estão queimando em 15 estados, enquanto as autoridades do Havaí investigam o incêndio mais mortal dos EUA em mais de um século. Além disso, o calor recorde testará as redes elétricas do meio-oeste do país esta semana.

Em tempo: Os efeitos da crise climática estão a cada dia mais evidentes, mas ainda assim o negacionismo resiste e espalha desinformação nas redes sociais. Quando imagens e vídeos dos trágicos incêndios em Maui, no Havaí, começaram a se espalhar pela internet, as mentiras se alastraram na mesma intensidade. No Facebook, TikTok e X (ex-Twitter), houve especulações de que os incêndios foram produto de ação criminosa, uma conspiração para limpar a Terra para bilionários ou, mais bizarramente, lasers espaciais. Não foi o primeiro desastre natural a desencadear “explicações” infundadas, informa a Bloomberg. À medida que as condições meteorológicas extremas se tornaram mais frequentes em todo o mundo, as redes sociais se tornam um centro cada vez mais ativo para falsas narrativas, que, na maioria dos casos, evitam ou tentam refutar uma das ligações mais plausíveis para essas tragédias: as mudanças climáticas.

 

ClimaInfo, 25 de agosto de 2023.

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