Manifestantes bloquearam o acesso ao Festival Burning Man por conta dos impactos ambientais e climáticos de um dos eventos mais disputados do ano nos EUA.
Na última 3ª feira (29/8), um grupo de manifestantes ligado aos movimentos Extinction Rebellion, Rave Revolution e Scientist Rebellion se acorrentou a um trailer e bloquou a passagem de veículos em uma estrada de acesso ao espaço do festival Burning Man em Nevada, nos EUA. Depois de pouco mais de uma hora, o grupo foi retirado de forma truculenta por policiais de Nevada e quatro pessoas acabaram presas.
O protesto reclamou da omissão dos organizadores do evento com os impactos ambientais de sua realização, em especial o uso de jatinhos particulares, plásticos descartáveis e grande consumo de energia elétrica. A despeito de suas origens naturalistas, herança do movimento hippie dos anos 1960, o Burning Man se transformou em uma verdadeira máquina de dinheiro nos últimos anos, um destino disputado por turistas endinheirados. Estima-se que aproximadamente 80 mil pessoas participam do evento todos os anos.
Os organizadores do Burning Man se defenderam, argumentando que estão comprometidos em se tornar um evento neutro em emissões de carbono até 2030. Outro ponto levantado é o fato do festival “não deixar rastros”, com os próprios participantes levando comida, água e infraestrutura, sem a venda de produtos no local. No entanto, as promessas não falam sobre o público que participa do festival, em especial aqueles que recorrem ao luxo dos jatos particulares para chegar antes no local.
“O Burning Man atrai a elite das elites para festejar e fingir que está em uma sociedade sem classes e sem dinheiro. Mas mais jatos particulares do que nunca estão voando para o festival. Estamos queimando propano por diversão. As cúpulas com ar-condicionado estão ficando maiores a cada ano”, argumentou Tommy Diacono, cofundador da Rave Revolution, ao Guardian.
Bloomberg, LA Times e Telegraph também abordaram o protesto climático contra o festival Burning Man.
ClimaInfo, 1º de setembro de 2023.
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