IBAMA: parecer da AGU a favor do petróleo na área da foz do Amazonas não altera processo

1 de setembro de 2023
Foz do Amazonas
Infográfico: Rodolfo Almeida/SUMAÚMA

Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, diz que não cabe ao órgão ambiental “furar fila” de licenciamentos e sugere que Petrobras está priorizando Bacia Potiguar.

Enquanto o presidente Lula dá uma no cravo (“Vocês podem continuar sonhando” [com o petróleo na foz do Amazonas]) e outra na ferradura (“Queremos 100% de energia limpa”), agentes do seu governo seguem na batalha da foz do Amazonas.

Pelo lado do IBAMA, o parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) desvinculando a exigência da Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS) do licenciamento para o poço de exploração de petróleo que a Petrobras quer perfurar no bloco FZA-M-59, na foz do Amazonas, não alterou o ritmo de trabalho nem a fila de licenças sob análise do órgão. Em audiência na Câmara dos Deputados na 4ª feira (30/8), o presidente do IBAMA, Rodrigo Agostinho, disse que a equipe segue analisando o pedido de reconsideração da Petrobras para reverter a negativa do IBAMA.

Segundo o Correio Braziliense, Agostinho enfatizou que não há prazo para a conclusão da nova análise. “O que a equipe técnica do IBAMA coloca é que se pudermos para cada região ter dados sólidos e um bom planejamento, isso ajuda na tomada de decisão. Esse é um dos pontos para que a equipe defenda instrumentos como a AAAS, que não é um instrumento da legislação de licenciamento, é de planejamento, que pode fornecer dados concretos.”

Agostinho e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, já tinham dito que o parecer da AGU não alterava em nada o processo, já que a AAAS nunca foi uma exigência para a licença. Segundo o presidente do IBAMA, outras “inconsistências” foram elencadas no parecer técnico do órgão que não liberou a perfuração, informa o Valor. Em relação à AAAS, Agostinho disse que a equipe de licenciamento tem a percepção de “quanto mais dados melhor” para fazer uma avaliação de qualidade e mais ágil dos empreendimentos.

O presidente do IBAMA frisou que “nenhuma empresa brasileira tem mais licenças” do órgão ambiental que a Petrobras. E informou que o órgão emitiu ao todo 173 licenças na última década para a petroleira e hoje analisa outros 110 processos, sem contar os localizados na Margem Equatorial, que inclui a foz do Amazonas, relata O Liberal.

Também presente na audiência, Marina reiterou que não cabe ao IBAMA favorecer ou não projetos de interesse do governo. “Vou repetir à exaustão: IBAMA não facilita nem dificulta”, disse. Segundo a ministra, o órgão licenciador não pode “furar fila”, e nem caberia ao gestor público fazer isso. Para ela, só a empresa interessada – no caso, a Petrobras – pode indicar quais projetos seus devem ser priorizados, destaca o Valor.

A ministra sugeriu que a petroleira elencou como prioridade no IBAMA o licenciamento de projetos na bacia Potiguar, que também integra a Margem. Segundo Rodrigo Agostinho, a Petrobras pediu prioridade “muito grande” ao órgão ambiental para licenciar perfurações de poços nessa área.

 

ClimaInfo, 1º de setembro de 2023.

Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo.

Continue lendo

Assine nossa newsletter

Fique por dentro dos muitos assuntos relacionados às mudanças climáticas

Em foco

Aprenda mais sobre

Glossário

Este Glossário Climático foi elaborado para “traduzir” os principais jargões, siglas e termos científicos envolvendo a ciência climática e as questões correlacionadas com as mudanças do clima. O PDF está disponível para download aqui,
1 Aulas — 1h Total
Iniciar